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Trump e seu antigo advogado Michael Cohen "encontram-se" em tribunal depois de cinco anos


Michael Cohen (esq) e Donald Trump (dir) num ato da campanha eleitoral numa igreja em Cleveland Heights, Ohio, 21 setembro 2016. REUTERS/Jonathan Erns
Michael Cohen (esq) e Donald Trump (dir) num ato da campanha eleitoral numa igreja em Cleveland Heights, Ohio, 21 setembro 2016. REUTERS/Jonathan Erns

O antigo advogado de Donald Trump, Michael Cohen, voltou ao banco das testemunhas nesta quarta-feira, 25, no julgamento em que o antigo Presidente é acusado de fraude empresarial civil, enquanto a defesa do empresário tenta minar a sua credibilidade.

No seu primeiro dia de depoimentos, ontem 24 de outubro, Cohen disse que ele e os principais executivos da empresa de Trump inflacionaram os valores estimados das participações dos seus empregadores, para que os documentos entregues aos bancos e outros correspondessem a um património líquido que Trump havia definido “arbitrariamente”.

Trump assistiu o depoimento, enquanto a sua advogada, Alina Habba, interrogava Cohen.

Ele lembrou que o advogado foi condenado a nível federal e o retratou como mentiroso, especialmente depois de ter assumido que mentiu quando se confessou culpado em 2018 de evasão fiscal num empréstimo bancário.

Cohen agora afirmou que, na verdade, não cometeu aqueles crimes e procurou justificar a sua conduta com omissões e falhas.

A advogada de Trump, Alina Habba voltou a esses temas hoje ao reafirmar que Cohen admitiu em tribunal ter mentido sob juramento noutro julgamento.

Michael Cohen é uma testemunha-chave no caso em que a Procuradora-Geral de Nova Iorque, Letitia James, acusa Trump de ter repetidamente exagerado o valor das suas participações imobiliárias em documentos financeiros de modo a que conseguisse empréstimos e seguros que lhe permitissem fazer grandes negócios.

Donald Trump nega qualquer irregularidade e diz que James, democrata, tem como alvo a sua candidatura às presidenciais de 2024 por razões partidárias.

Trump e Cohen reagem ao "encontro"

Fora do tribunal, o antigo Presidente reiterou que o julgamento foi “muito injusto” e uma “pura caça às bruxas”, mas que, mesmo assim, “estamos contentes com o andamento das coisas".

“Temos os fatos do nosso lado”, sublinhou Trump, que deverá testemunhar mais tarde no julgamento, em que tem participado voluntariamente.

Cohen foi advogado e intermediário de Trump durante muitos anos, antes de confessar a sua culpa e ser condenado a três anos de prisão por mentir ao Congresso e fazer contribuições ilegais para a campanha de Trump, na forma de pagamentos a mulheres que disseram ter mantido relações sexuais extraconjugais com o antigo Presidente.

Ele disse ter feito pagamentos às mulheres a pedido de Trump que continua a dizer que as histórias são falsas.

Desde que os seus problemas jurídicos começaram em 2018, Cohen tem sido um inimigo declarado de Trump, que não se viam desde então.

Enquanto Michael Cohen classificou a audiência de ontem, em que os dois estiveram presentes no tribunal, de “uma reunião incrível”, Trump chamou o advogado de “criminoso em desgraça”.

Espera-se também que Cohen seja uma importante testemunha de acusação no julgamento criminal agendado para a próxima primavera, no qual Trump é acusado de falsificar registos comerciais.

Este caso é um dos quatro processos criminais que Trump enfrenta em Nova Iorque, Flórida, Geórgia e Washington.

C/AP

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