Um júri de Nova Iorque, nos Estados Unidos, considerou culpado o antigo Presidente Donald Trump no processo civil movido pela jornalista E. Jean Caroll e o condenou a pagar 5 milhões de dólares de indemnização.
O caso aconteceu entre 1995 e 1996, tendo Trump posteriormente difamado a vítima.
O juri demorou apenas três horas para deliberar, apesar de Trump ter negado sempre que tivesse abusado sexualmente de Carroll, de quem disse "não ser seu tipo".
O antigo Presidente não compareceu ao tribunal, nem foi obrigado a fazê-lo, para ouvir o testemunho de Carroll.
Duas outras mulheres testemunharam a favor de Carroll e disseram que Trump também as agrediu inesperadamente décadas atrás de maneira semelhante.
Uma antiga corretora da bolsa disse que ele a apalpou na cabina de primeira classe num voo com destino a Nova Iorque e uma jornalista alegou que, numa ocasião, de repente Trump começou beijá-la à força em Mar-a-Lago enquanto ela fazia um trabalho para a revista People no primeiro aniversário do seu casamento com sua terceira esposa, a ex-primeira-dama Melania Trump.
A defesa de Trump
O advogado de defesa de Trump, Joseph Tacopina, não convocou testemunhas de defesa, mas tentou desfazer o relato de Carroll sobre o incidente, dizendo que ela não conseguia lembrar-se da data exacta em que o ataque supostamente ocorreu, nunca o relatou à polícia nem foi ao hospital para tratamento, tendo feito a acusação apenas num num livro de memórias publicado em 2019.
“É a história mais ridícula e nojenta. É apenas inventada”, disse Tacopina no seu argumento final na segunda-feira.
Quando o caso foi aberto há duas semanas, Tacopina disse que não havia "testemunhas para convocar para provar uma negativa” e que o juri teria que “acreditar no inacreditável” para decidir a favor de Carroll.
Relato da vítima
No banco das testemunhas, Carroll fez um relato contundente do alegado encontro com Trump, mesmo reconhecendo que não poderia precisar a data exacta em que ocorreu, embora o depoimento no julgamento indique que pode ter sido na primavera de 1996, no início da noite de quinta-feira, quando a loja foi aberta mais tarde para os compradores.
Carroll testemunhou que Trump usou o peso dele para prendê-la contra o camarin e relatou a agressão sexual de que foi vítima.
A antiga colunista da revista Elle, que também acusou Trumpo de a difamar depois de tornar pública a acusação no seu livro, disse que ficou tão traumatizada com o incidente que a “deixou incapaz de ter uma vida romântica novamente”.
Este caso é um dos vários processos legais que Trump enfrenta quando procura regressar à Casa Branca nas eleições de 2024.
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