Costuma-se dizer que sem dinheiro não há presidentes ou pelo menos não se pode ganhar eleições presidenciais nos Estados Unidos.
E pelos dados agora publicados, a campanha de Donald Trump está a atravessar a pior situação financeira de um candidato presidencial na história mais recente dos Estados Unidos.
E não só: em termos organizacionais, a campanha de Trump está também desorganizada.
Foram esses dois factores - o financeiro e o organizacional – que contribuíram, sem dúvida, para a demissão ontem, 20 de Junho, do seu director de campanha, Corey Lewandowski.
Vejamos os números: Trump iniciou o mês de Junho com apenas um 1,3 milhões de dólares, uma quantia que o New York Times descreveu como “os fundos usados por um candidato a um lugar na Câmara dos Representantes”.
De acordo com os dados da Comissão Eleitoral Federal, que controla todos esses gastos, no início de Junho, a campanha de Hillary Clinton tinha mais 41 milhões de dólares que Trump.
Em termos organizacionais, o cenário é semelhante. Trump tem neste momento 70 pessoas a trabalhar na sua campanha. Hillary Clinton quase 700.
Numa campanha presidencial que tem que ser levada a cabo em todo o país, a capacidade organizacional é vital.
Os dirigentes republicanos dizem que Trump parece estar agora a ficar consciente de que não pode fazer uma campanha presidencial como fez as primárias
A campanha de Clinton começou já a lançar anúncios televisivos por todo o país, e este mês gastou quase 26 milhões de dólares nisso. A campanha de Trump gastou menos de dois milhões.
Esta noite, Trump poderá dar o primeiro passo para tentar corrigir essa falta de fundos. Ele vai estar num banquete de angariação de fundos em Nova Iorque, onde, entre os convidados, figuram grandes nomes das finanças americanas.
No campo organizacional, há indícios de que a campanha de Trump vai deixar que seja a Comissão Nacional do partido Republicano a assumir o controlo organizacional em muitos estados