O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, vai reunir com o presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington, na segunda-feira, 30.
Espera-se que os dois líderes discutam questões relacionadas com a ameaça do terrorismo e crescimento económico da Nigéria, o país mais populoso de África, com cerca de 200 milhões de pessoas.
A Nigéria tem sido atormentada pelo grupo extremista Boko Haram, que lançou uma insurgência, há nove anos, com o objectivo de criar um Estado Islâmico.
Dezenas de milhares de pessoas foram mortas e centenas de raparigas foram sequestradas, à medida que o grupo ganhou notoriedade e se espalhou em países vizinhos, sendo, nos últimos anos, uma das mais severas ameaças à região do Sahel.
No ano passado, o governo de Trump aprovou a venda de aviões de guerra e equipamento militar no valor de 600 milhões de dólares à Nigéria para apoiar as operações militares contra os terroristas do Boko Haram e Estado Islâmico, assim como monitorar o tráfico de drogas, armas e seres humanos.
O acordo havia sido travado na administração de Obama, na sequência de preocupações com aviolação dos direitos humanos naquele país.
Reeleição
Numa altura em quei procura a reeleição, Buhari espera obter dos Estados Unidos mais assistência militar para cumprir a sua promessa eleitoral de erradicar o Boko Haram.
Além de buscar uma maior colaboração na segurança, Buhari e Trump também "discutirão maneiras de melhorar a parceria estratégica entre os dois países e avanços em prioridades compartilhadas, como o crescimento económico", disse Femi Adesina, porta-voz da presidência da Nigéria.
Ao assumir o cargo, Trump telefonou para Buhari e Jacob Zuma, ex-presidente da África do Sul.
Desafios
Mas as relações entre os Estados Unidos e Nigéria enfrentaram desafios no ano passado. O ex-secretário de Estado Rex Tillerson foi demitido poucas horas depois de sua visita à Nigéria, na mais alta visita dos EUA à África desde a posse de Trump.
Em janeiro, a Nigéria fez parte de uma lista de países africanos indignados, que exigiram uma explicação do embaixador dos EUA sobre os comentários vulgares atribuídos a Trump referentes aos países africanos.
Antes, em dezembro, a Nigéria fez parte de um grupo de membros das Nações Unidas que condenou a decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.