O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que tem expectativas baixas para o encontro de segunda-feira, 16, com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, em Helsínquia, na Finlândia.
“Vou com baixas expectativas”, disse o líder americana à CBS News, em entrevista divulgada neste domingo. “Não vou com alta expectativa”.
Trump, que não deu detalhes do que pretende alcançar no encontro, prometeu que "nada de ruim" sairia do mesmo.
Trump disse: "eu acredito em reuniões. Acredito que ter uma reunião com o presidente Kim (Jong Un, da Coreia do Norte) foi uma coisa boa. Penso que ter reuniões com o presidente da China (Xi Jinping) foi uma coisa muito boa. Nada de ruim vai sair disso, e talvez alguma coisa boa seja lançada."
Trump e Putin já conversaram informalmente em encontros internacionais.
Agentes russos indiciados
O encontro formal desta segunda-feira acontecerá três dias depois do Conselheiro Especial Robert Mueller indiciar 12 oficiais da inteligência russa, por intromissão na eleição presidencial de 2016 para ajudar Trump a vencer.
Jeff Glor, da CBS, perguntou a Trump se ele tinha planos de pedir a Putin permissão para a extradição desses agentes, mas ele disse: "Eu não tinha pensado nisso".
O conselheiro de segurança nacional de Trump, John Bolton, disse à ABC News que seria uma estupidez Trump pedir a Putin para extraditar os funcionários da inteligência acusados, por ser "algo que ele não pode fazer sob a lei russa".
A Rússia não tem tratado de extradição com os EUA, daí que seja improvável que os entregue para serem julgados.
Assunto sério
No entanto, Bolton disse que a acusação é um "assunto sério", sobre o qual Trump terá de conversar com Putin.
Ele disse que o líder russo, no passado, disse que o "Estado russo" não estava envolvido na interferência, mas "nós teremos que descobrir agora o que ele quer dizer", já que a agência de inteligência militar GRU agora foi directamente acusada de interferir em computadores de oponentes políticos de Trump no Comité Nacional Democrata.
Bolton disse que "acho difícil acreditar" que Putin não soubesse da intromissão, que especialistas em inteligência dos EUA concluiram que ele dirigiu para ajudar Trump a derrotar a sua adversária democrata, a ex-secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton.
Trump tem várias vezes afirmado que a alegada interferência russa é “caça às bruxas”.