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Trump apelida Zelenskyy de "ditador"


Combinação de imagens criada em 19 de fevereiro de 2025 mostra, da esquerda para a direita, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, em Bruxelas, em 19 de dezembro de 2024, e o Presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington, em 10 de fevereiro de 2025.
Combinação de imagens criada em 19 de fevereiro de 2025 mostra, da esquerda para a direita, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, em Bruxelas, em 19 de dezembro de 2024, e o Presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington, em 10 de fevereiro de 2025.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apelidou o líder ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, de “ditador” na quarta-feira, 19, alargando uma clivagem pessoal com grandes implicações para os esforços para pôr fim ao conflito desencadeado pela invasão russa há três anos.

“Um ditador sem eleições, é melhor Zelenskyy agir rapidamente ou não lhe restará um país”, escreveu Trump na sua plataforma social Truth.

Os Estados Unidos forneceram financiamento e armas essenciais à Ucrânia, mas Trump fez uma mudança abrupta de política ao iniciar conversações com Moscovo semanas depois de regressar à Casa Branca.

Zelenskyy foi eleito em 2019 para um mandato de cinco anos, e manteve-se líder sob lei marcial imposta devido à invasão russa, enquanto o seu país luta pela sua sobrevivência. A popularidade de Zelenskyy caiu, mas a percentagem de ucranianos que confiam nele nunca desceu abaixo dos 50% desde o início do conflito.

A acusação de Trump surge depois de o líder ucraniano ter acusado, esta quarta-feira, o Presidente dos EUA de sucumbir à “desinformação” russa, incluíndo o facto de Trump ter culpado Kyiv por, supostamente, ter “começado” a guerra.

“Infelizmente, o Presidente Trump, por quem temos grande respeito como líder do povo americano... vive neste espaço de desinformação”, disse Zelenskyy numa conferência de imprensa em Kyiv.

“Acredito que os Estados Unidos ajudaram (Vladimir) Putin a sair de anos de isolamento”, acrescentou, numa das suas críticas mais incisivas à nova administração norte-americana.

Europa reage

A decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de classificar o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, como ditador é “errada e perigosa”, afirmou o chanceler alemão Olaf Scholz.

“É simplesmente errado e perigoso negar legitimidade democrática ao Presidente Zelenskyy”, disse Scholz ao jornal Der Spiegel, acrescentando que Zelenskyy é o chefe de Estado eleito. “O facto de não se poderem realizar eleições adequadas no meio de uma guerra está de acordo com os requisitos da Constituição ucraniana e das leis eleitorais.”

O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, disse ser uma descrição "incorreta" de Zelenskyy.

“O Presidente Zelenskyy foi eleito democraticamente. Penso que ninguém quer mais eleições do que a Ucrânia, porque as eleições significariam que há paz na Ucrânia e que o país pode voltar a governar-se”, afirmou o primeiro-ministro.

Kristersson afirmou que o resultado da guerra na Ucrânia vai afetar a segurança na Europa durante anos, numa altura em que os líderes europeus se esforçam por responder a uma mudança de política em Washington.

“Em relação à Ucrânia, a Europa e o mundo encontram-se atualmente numa encruzilhada. A forma como a guerra contra a Ucrânia vai terminar vai afetar e moldar a segurança de toda a Europa durante gerações”, disse o primeiro-ministro Kristersson numa conferência de imprensa em Estocolmo.

Os comentários de Kristersson seguiram-se a uma reunião de emergência realizada pelo Presidente francês Emmanuel Macron, que falou com os líderes de 19 países.

Com AFP

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