O Presidente dos EUA admitiu impor aos tarifas de 200% sobre o vinho, o champanhe e outras bebidas destiladas produzidas na União Europeia (UE) depois de o bloco ter aplicado o que disse ser "uma tarifa desagradável de 50%" sobre o whisky destilado norte-americano.
Na sua plataforma Truth, Donald Trump escreveu que a UE é “uma das autoridades fiscais e tarifárias mais hostis e abusivas do mundo”.
Ele acrescentou que a UE foi formada em 1993 “com o único propósito de tirar partido económico dos Estados Unidos”.
Mais tarde, questionado por um jornalista na Casa Branca se poderia recuar nas suas ameaças de tarifas elevadas contra os aliados geopolíticos dos Estados Unidos, Trump disse: "Fomos enganados durante anos e não seremos mais enganados, não, não vou ceder em nada, alumínio, aço ou carros".
Trump tem travado uma disputa tarifária com os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos — México, Canadá, China e UE — no que diz ser um esforço para travar o fluxo de drogas, especialmente fentanil, do México e Canadá para os Estados Unidos e para persuadir os produtores a fecharem as suas operações no estrangeiro e a transferi-las para os EUA visando criar mais empregos americanos.
Na quarta-feira, 12, o Presidente impos tarifas de 25% a 35 paises, entre eles europeus, sobre as exportações de aço e alumínio para os EUA.
A UE rapidamente retaliou com as suas próprias tarifas sobre 28 mil milhões de dólares de exportações dos EUA para países com os quais mantêm relações estreita, enquanto o Canadá impôs novas tarifas sobre 20,7 mil milhões de dólares de exportações americanas.
O Canadá também fez consultas à Organização Mundial do Comércio (OMC) com os EUA sobre a imposição de taxas de importação sobre certos produtos de aço e alumínio do Canadá, disse aquela agência.
As novas medidas da UE serão aplicadas aos produtos de aço e alumínio e aos têxteis, eletrodomésticos e produtos agrícolas.
As motos, o bourbon, a manteiga de amendoim e as calças jeans também serão afetados, como aconteceu durante o primeiro mandato de Trump, de 2017 a 2021.
As taxas da União Eurepeia visavam pontos de pressão política nos EUA, minimizando ao mesmo tempo os danos adicionais na Europa.
As autoridades europeias disseram que as suas tarifas, que são pagas por empresas importadoras e cujo custo é passado principalmente para os consumidores, têm como alvo produtos de Estados dominados por republicanos como Trump, como a carne de bovino e de frango do Kansas e do Nebraska, os produtos de madeira do Alabama e da Geórgia, e as bebidas alcoólicas do Kentucky e do Tennessee.
Os produtores de bebidas alcoólicas tornaram-se danos colaterais na disputa pelo aço e alumínio.
Chris Swonger, responsável do Conselho de Bebidas Destiladas dos Estados Unidos, considerou a decisão da UE de tributar as bebidas destiladas produzidas nos EUA "profundamente dececionante e prejudicará severamente os esforços bem-sucedidos para reconstruir as exportações de bebidas destiladas dos EUA nos países da UE".
A guerra de tarifas de Trump levaram à queda de ações em Wall Street, com os três principais índices bolsistas norte-americanos a caírem nos últimos dias.
O S&P 500 fechou ontem, mais de 10% abaixo do recorde alcançado no mês passado.
Entretanto, o secretário do Tesouro disse à CNBC que não estava preocupado.
“Estamos focados na economia real, n estou preocupado com um pouco de volatilidade ao longo de três semanas, e não posso dizer que o mercado vá subir hoje, amanhã, na próxima semana”, afirmou Scott Bessent, quem rejeitou as preocupações sobre a ameaça de Trump de impor tarifas mais elevadas sobre as bebidas destiladas europeias.
"Um ou dois artigos com um bloco comercial — não sei por que razão é um grande problema para os mercados", concluiu.
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