As forças rebeldes do M23 e do Ruanda lançaram nesta quarta-feira, 5, uma nova ofensiva no leste da República Democrática do Congo (RDC) e tomaram uma cidade mineira na província de Kivu do Sul, enquanto retomam o seu avanço em direção à capital regional, Bukavu.
Este avanço surge dias antes de uma cimeira que reúne no sábado, 8, na Tanzânia, os presidentes da RDC e do Ruanda.
Ontem, poucos dias depois de ter capturado a cidade estratégica de Goma, no vizinho Kivu do Norte, o M23 declarou um "cessar-fogo" humanitário unilateral.
O grupo anunciou ao mesmo tempo que também não tinha "qualquer intenção de assumir o controlo de Bukavu ou de outras localidades".
Entretanto, confrontos intensos eclodiram na madrugada de hoje entre o M23 com os seus aliados ruandeses e as forças armadas congolesas, disseram fontes humanitárias e de segurança à AFP.
O porta-voz do Governo de Kinshasa , Patrick Muyaya, disse que a ação "é a prova de que o cessar-fogo unilateral que foi declarado foi, como sempre, uma manobra".
Os combatentes do M23 e as forças ruandesas tomaram a cidade mineira de Nyabibwe, a cerca de 100 quilómetros de Bukavu e a 70 quilómetros do aeroporto da província.
A captura de Goma na semana passada representou uma grande escalada na região rica em minerais, marcada por um conflito implacável que envolveu dezenas de grupos armados ao longo de três décadas.
Nos últimos dias, fontes locais e militares disseram que tanto o exército nacional como o M23 e os seus aliados ruandeses estavam a reforçar as tropas e o equipamento na região.
Pelo menos 900 pessoas foram mortas nos confrontos de Goma e 2.880 ficaram feridas, segundo o organismo humanitário da ONU.
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