Links de Acesso

"Troika" da SADC pede mais recursos para aumentar capacidade operacional em Cabo Delgado


Uma caravana militar das Forças de Defesa da África do Sul patrulha Pemba. 5 de Agosto 2021
Uma caravana militar das Forças de Defesa da África do Sul patrulha Pemba. 5 de Agosto 2021

Os apelos foram lançados nesta terça-feira, 31, em Windhoek durante a cimeira extraordinária do órgão de cooperação Politica, Defesa e Segurança, quando Cabo Delgado precisa de decisões politicas arrojadas para travar a insurgência

A Troika de Cooperação em Política, Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) reiterou os apelos para que os membros do bloco regional aumentem a capacidade da missão que combate o terrorismo em Cabo Delgado face à ameaça da expansão da insurgência.

Os apelos foram lançados nesta terça-feira, 31, em Windhoek, Namibia, durante a cimeira extraordinária do órgão.

“A cimeira reiterou o apelo aos Estados membros para responderem urgentemente aos pedidos de recursos fundamentais para aumentar a capacidade operacional da Missão da SADC em Moçambique”, refere o comunicado divulgado no fim da cimeira, sem mencionar os recursos.

Expansão e resposta

A guerra contra o terrorismo em Cabo Delgado continua longe de ser contida, após os insurgentes terem revelado em 2022 nova dinâmica de luta e expandido os ataques a duas províncias vizinhas e forçado novas vagas de deslocados.


O ataque de rebeldes à missão católica de Chipene (Nampula) em Setembro e o avanço do grupo ligado ao Estado Islâmico, em Março, para o distrito de Marrupa, na província do Niassa, marcaram a expansão da insurgência em 2022, e há ameaças também nos países vizinhos de Moçambique.

A Tanzânia anunciou que vai enviar uma força policial especial para Cabo Delgado, para trabalhar ao lado dos militares que já disponibilizou como parte da missão da SADC, a SAMIM, nas siglas em inglês.

O Ruanda, que também ajuda Moçambique no combate a insurgência, já tinha anunciado o reforço de militares no país

Na abertura da cimeira, o Presidente da Namíbia e da Troika disse que os líderes regionais e em particular o órgão de Cooperação Politica, Defesa e Segurança eram incumbidos a “tomar uma acção decisiva ao abordar questões de insegurança em nossa região”, devido à instabilidade em Moçambique, Eswatini e República Democrática do Congo.

“Sem a paz não podemos alcançar o desenvolvimento. E sem o desenvolvimento não podemos alcançar prosperidade compartilhada dos nossos cidadãos”, vincou Hage Geingob, pouco antes de abordar a análise do relatório de progresso da missão da SADC em Moçambique (SAMIM) e as recomendações a serem dadas a mesma.

Entretanto, o comunicado da Troika a que a VOA teve acesso anota que a troika continua atenta às investigações em curso, realizadas pela Missão da SADC em Cabo Delgado, a um vídeo que se tornou viral nas redes sociais e que retrata alguns soldados a atirar um cadáver sobre uma pilha de escombros em chamas.

Guerra longe de acabar

O analista político moçambicano Wilker Dias considera que os apelos da Troika sobre o aumento de capacidade revelam que “a insurgência está longe de acabar”, sendo por isso necessário traçar estratégias visíveis para cabo Delgado.

Moçambique esteve representado na cimeira pelo Ministro da Defesa, Cristóvão Chume, em substituição do Presidente da Republica, Filipe Nyusi, o que para Wilker Dias foi estratégico, na medida em que a defesa conhece melhor as necessidades e prioridades no terreno.

Desde Outubro de 2017, 4.500 pessoas foram mortas e quase um milhão foram forçadas a fugir das suas casas desde que insurgentes ligados ao Estado islâmico lançaram uma insurreição na província de Cabo Delgado.

Fórum

XS
SM
MD
LG