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Trinta anos depois da queda do Muro de Berlim “madgermanes” continuam a reivindicar direitos em Maputo


Alemanha celebra 30 anos sem o Muro de Berlim
Alemanha celebra 30 anos sem o Muro de Berlim

O dia 9 de Novembro de 1989 marcou o fim de esperança para milhares de moçambicanos que viam na Alemanha do leste o seu El-Dorado.

Foi nesse dia que deixou de existir o Muro de Berlim, que dividia a Alemanha Oriental e Ocidental.

Trinta anos depois da queda do Muro de Berlim “madgermanes” continuam a reivindicar direitos em Maputo
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Passam 30 anos, mas Francisco Simbine continua a maldizer aquela data que o trouxe de volta a uma realidade que sempre temia.

“Nós vivíamos bem de tal forma que quando nos disseram que tínhamos que voltar, nem queria acreditar. Até fui um dos últimos a arrumar as minhas coisas no contentor” explicou.

Tal como Simbine, são milhares de moçambicanos para quem a reunificação alemã foi o pior acontecimento da sua vida. São chamados “madgermanes”, o mesmo que alemães.

Quarta-feira sim, quarta-feira, parte das principais avenidas da cidade do Maputo assistem aquela que é, provavelmente, a manifestação mais antiga do mundo.

Há 28 anos os antigos madgermanes, como são por cá chamados, marcham pelas ruas, empunhando bandeiras da antiga Alemanha do leste, cartazes com várias palavras de ordem e com cânticos à mistura, reivindicam alegados direitos adquiridos.

“Nós descontávamos um valor de 60% no salários mensais e outro para o seguro social. Quando chegamos cá, apenas pagaram parte do valor descontado e a parte do seguro social, nunca nos pagaram” disse Américo Samuel, outro antigo trabalhar da então Alemanha do Leste.

Ao longo dos 28 anos de reivindicação, os madgermanes já passaram de tudo um pouco. Desde perseguições policiais até incompreensões sociais.

O governo diz ter pago tudo o que devia e cortou todas as portas de diálogo.

A luta pelos ditos adquiridos na ex-RDA já levou a vida, a saúde e a juventude de muitos, mas quem ainda persiste nas marchas da reivindicação, diz que a luta continua.

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