Um suposto radical islâmico compareceu, hoje, 01, perante o Tribunal Penal Internacional, em Haia, Países Baixos, para responder a acusações sobre a sua participação na destruição de templos religiosos históricos na cidade maliana de Timbuktu.
Segundo procuradores, o maliano Ahmad al-Faqi al-Mahdi, que prestou rápidas declarações na audiência pré-julgamento em Haia, é acusado de organizar a destruição de 14 mausoléus e uma mesquita "insubstituíveis”.
Al-Mahdi era membro do Ansar Dine, grupo afiliado da al-Qaida, que ocupou partes do Norte do Mali, em 2012, até o seu derrube, por forças militares francesas, em 2013.
Foi nesse período de ocupação que o grupo vandalizou os monumentos da histórica cidade, que consta da exclusiva lista de património da humanidade, segundo classificação das Nações Unidas.
Além de Timbuktu, islamitas radicais destruiram, nos últimos anos, edifícios históricos na cidade de Palmira, na Síria. Em 2001, os Tallibã destruiram estátuas de Buda, no Afeganistão.
Al-Mahdi é a primeira pessoa acusada pelo Tribunal Penal Internacional de atacar deliberadamente monumentos históricos ou religiosos. O tribunal normalmente ouve casos de violações de direitos humanos relacionados com a guerra.