O Tribunal Provincial da Comarca de Cabinda, em Angola, absolveu nesta quarta-feira, dia 21, os três activistas detidos em Junho de 2020 e que eram acusados de crimes de rebelião armada, associação criminosa e ultraje contra o Estado.
De acordo com a juíza, Maria Isabel, não ficou provado durante o julgamento que Maurício Gimbi, de 31 anos de idade, André Bonzela, de 29 anos, e João Mampuela, de 42 anos, cometeram os crimes de que forma acusados ao colarem panfletos que apelavam para o fim da guerra e ao diálogo.
Para o advogado de defesa, Arão Tempo, ficou mais uma vez demonstrado depois da audiência que "as pessoas foram ilegalmente detidas e não se conseguiu demonstrar e justificar que os activistas ultrajaram o Estado angolano, tão pouco possuíam armas para se rebelarem contra o Estado angolano".
Para Maurício Gimbi, a sua detenção foi apenas "uma forma de justificar uma tentativa de rapto" para o assassinar porque não colocou nenhum documento ou panfleto considerado matéria dos autos.
O activista e também presidente da União dos Cabindenses para a Independência diz sentir-se difamado pela acção da justiça porque não cometeu nenhum crime.
Os activistas foram detidos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), de Angola, a 28 de Junho de 2020, na rua, alegadamente, por terem colado panfletos com dizeres que apelavam para o fim da guerra em Cabinda, a necessidade do diálogo e a separação do enclave do território angolano.
Nos folhetos em posse das autoridades e a que VOA teve acesso lê-se “Abaixo as armas, abaixo a guerra em Cabinda”, “Cabinda não é Angola”, “Queremos diálogo”, entre outros dizeres.
A 19 de Fevereiro deste ano eles foram colocados em liberdade provisória, por ter-se esgotado o prazo da prisão preventiva, até o julgamento que aconteceu hoje.