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Tribunal de Contas investiga projectos de construção em Benguela


Antigo governador e actual assessor de Lourenço diz ter consciência limpa
Antigo governador e actual assessor de Lourenço diz ter consciência limpa

Gestores públicos com participação em projectos implementados em Benguela na era do ex-governador provincial, Isaac dos Anjos, estão a ser inqueridos pelo Tribunal de Contas (TC), devido a suspeitas de gestão danosa, principalmente em relação aos recursos provenientes da venda de terrenos, apurou a VOA.

Fontes conhecedoras do inquérito, que avançaram a informação à margem de um seminário regional promovido pelo TC, revelaram que estão de volta as presunções de que a conta bancária ‘’embelezamento das cidades’’ tenha substituído o tesouro nacional.

Nesta conta, domiciliada no Banco de Comércio e Indústria, foram feitos depósitos para compra de espaços para a auto-construção dirigida, com o cidadão a desembolsar 27 mil Kwanzas por um lote, e em zonas nobres, onde o lote chegou a custar um milhão de Kwanzas.

Vários cidadãos investiram no projecto ‘’Blue Ocean’’, para casas de alto padrão na Baía Azul, mas ainda não receberam terrenos, pelo que falam em burla, também porque, segundo referem, o Estado não criou as infra-estruturas prometidas.

O seu advogado, Francisco Viena, disse que neste caso o “Tribunal encarrega-se de informar os órgãos competentes do Ministério Público, que, por sua vez, desencadeiam processos para o que poderá ser a responsabilização de um certo gestor”.

“Na minha opinião, os dinheiros deveriam ter sido canalizados para o tesouro, por isso há cheiro a crime’’, acrescentou

Contactado pela VOA, o agora assessor do Presidente da República para o sector produtivo, que optou por não gravar entrevista, disse estar por dentro de denúncias feitas pelo governador Rui Falcão sobre irregularidades nessas contasacrescentando que, se for notificado, vai ao Tribunal depor sem qualquer receio.

Numa entrevista concedida enquanto governador, Dos Anjos abordara já aspectos relativos à conta bancária, que tinha ainda as assinaturas dos antigos secretário-geral e director do plano.

‘’Ela é verificável, é pública e tem várias assinaturas. O que está estabelecido é que as receitas devam ir para a conta única do tesouro, mas o que nós temos na conta ’embelezamento das cidades’ são terrenos de projectos com alvarás emitidos, que custam muito dinheiro às empresas’’, disse

‘’No passado, o Estado ficava endividado, agora só para com as empresas que trabalharam’’, acrescentou

Com a Inspecção Geral da Administração do Estado (Igape) também na missão, o inquérito abarca igualmente um projecto habitacional que se supõe ter sido construído com fundos da educação e saúde, acabando grande parte das casas, segundo as mesmas fontes, em nome de entidades privadas.

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