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Tribunal cabo-verdiano decreta prisão preventiva de empresário ligado a Nicolás Maduro e procurado pelos EUA


Palácio da Justiça da Praia, Cabo Verde
Palácio da Justiça da Praia, Cabo Verde

O tribunal da Comarca do Sal, em Cabo Verde, decretou no domingo, 14, a prisão preventiva do empresário natural da Colômbia, Alex Saab Morán, acusado pelos Estados Unidosde “lavagem” de dinheiro e agente do Presidente da Venezuela Nicolás Maduro.

Saab foi detido na sexta-feira, 12, no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, quando o seu avião parou para reabastecer naquela ilha cabo-verdiana.

Ele estava na lista vermelha da Interpol, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos, que agora têm uma prazo de 18 dias para solicitar a extradição de Alex Saab Morán às autoridades de Cabo Verde.

O empresário foi acusado pelas autoridades americanas de “lavagem” de dinheiro e por alegados contratos fraudulentos elaborados para enriquecer a família de Maduro e ele próprio, através de sobrefaturação e do uso do sistema cambial controlado pelo Governo.

Na altura da queixa, o secretário do tesouro americano Steve Mnuchin disse que Saab estava envolvido numa “vasta rede de corrupção” com membros do govenro de Maduro.

Os Estados Unidos reivindicam autoridade para julgar Saab alegando que ele e um sócio, Enrique Pulido, usaram bancos americanos para depositar cerca de 350 milhões de dólares que foram defraudados através do sistema de controlo cambial da Venezuela.

Um tribunal na Florida tinha anteriormente considerado Saab como um foragido da lei.

A advogada de Saab nos Estados Unidos Maria Dominguez confirmou a detenção do empresário em Cabo Verde, mas recusou-se a dar outros pormenores.

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela afirmou que Saab foi detido quando estava a trabalhar com “agente” do Governo venezuelano numa viagem para obter alimentos, medicamentos e outros bens humanitários para ajudar o país a combater a pandemia do coronavírus.

“A Venezuela pede ao Estado de Cabo Verde para libertar Alex Saab”, lê-se na declaração que descreveu a prisão como uma “detenção arbitrária” que viola a lei internacional.

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