O Tribunal de Kempton Park, na África do Sul, abriu caminho à extradição do antigo ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, com o juiz a considerar "haver evidências suficientes para (ele) ser julgado no estrangeiro pelos crimes de que é acusado".
"O Estado requerente [EUA] tem provas suficientes contra o acusado que lhe garante processá-lo judicialmente por conspiração para fraude, conspiração para fraude com valores imobiliários e conspiração para lavagem de dinheiro", considerou o juiz William Schutte, nesta segunda-feira, 7, na parte da manhã.
Desta forma, magistrado deu por encerrado o caso em que foi analisado o pedido da justiça americana para a extradição de Chang para os Estados Unidos.
Os advogados do também deputado da Frelimo dizem que o tribunal não tem competência para tomar uma decisão, mas apenas o Governo.
No início da tarde, às 14 horas locais, o mesmo tribunal começou a analisar o pedido de Moçambique.
O procurador Johan du Tou disse que Manuel Chang é acusado de sete crimes em Moçambique e no final disse que o pedido de Maputo tem mérito para ser apreciado pelo tribunal.
O veredito será conhecido ainda hoje.
Manuel Chang foi detido a 29 de Dezembro na África do Sul a pedido dos Estados Unidos acusado dos crimes de conspiração para fraude, conspiração para fraude com valores imobiliários e conspiração para e lavagem de dinheiro, no âmbito do chamado caso das "dívidas ocultas" que permitiu o empréstimo no valor de dois mil milhões de dólares que não entraram para os cofres do Estado moçambicano.
A Procuradoria Geral da República de Moçambique também acusa Chang de vários crimes e já deteve cerca de 18 pessoas ligadas ao caso.