África do Sul e Moçambique continuam desencontrados no comboio de passageiros que liga os dois vizinhos.
No passado, havia um comboio que facilitava a circulação de pessoas, sobretudo trabalhadores mineiros moçambicanos, entre Moçambique e Joanesburgo.
Hoje, a circulação deste tipo de transporte de massas considerado barato é irregular ou quase inexistente.
O representante da empresa estatal moçambicana dos Caminhos de Ferro na África do Sul, Fernando Mausse, diz que os sul-africanos bloquearam a circulação normal do comboio de passageiros por causa da fragilidade do sistema de migração nos postos fronteiriços
É que, segundo os sul-africanos, muitos moçambicanos aproveitavam a fragilidade do controlo da migração para entrarem na África do Sul de comboio sem documentos legais de viagem.
Do outro lado a justificação é outra: a circulação do comboio foi interrompida por causa da degradação da linha férrea.
Entretanto, de quando em vez o comboio circula com mercadoria na mesma linha férrea e nunca houve descarrilamento.
A circulação irregular de comboio afecta pessoas dos dois países, sobretudo vendedeiras moçambicanas que todos os dias viajam de e para África do Sul com diversos produtos, como mandioca e verduras, para vender em Joanesburgo e Pretoria.
Há duas semanas, o Presidente sul-africano Jacob Zuma lançou um projecto de transporte ferroviário de passageiros avaliado em cerca de 13 mil milhões de dólares norte-americanos para os próximos 20 anos.
O projecto consiste na compra de mais de 200 comboios de passageiros de classe mundial, dos quais 18 produzidos no Brasil já chegaram a África do Sul.
Zuma afirmou que o sistema ferroviários sul-africano com mais de 22 mil quilómetros de linhas ferras fora esquecido desde a sua instalação há 40 anos pelo regime do apartheid.
Hoje os passageiros viajam em condições precárias de transportes menos seguros nas estradas consideradas as melhores do continente africano.