O Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica (IPAJ), de Moçambique, diz estar preocupado com o aumento de casos de violação dos direitos da criança, que se traduz sobretudo no tráfico de menores, um fenómeno que, segundo analistas, é exacerbado pela pobreza.
O director-geral daquele Instituto, Justino Tonela, descreveu como grave a violação dos direitos da criança, que envolve não só o tráfico, como também casamentos prematuros e recusa do direito à educação.
Tonela referiu que em 2017, "em todo o território moçambicano, o IPAJ atendeu a cerca de 1.300 casos de violação dos direitos da criança e vamos continuar a trabalhar no sentido de garantir a protecção de menores".
O Ministério Público assume que este é um assunto delicado e afirma que "em alguns momentos, temos tido certos inconvenientes porque é preciso ter em consideração que o alvo deste tipo de crimes são pessoas desfavorecidas economicamente".
Para o analista Amorim Bila, "a desintegração das famílias acaba criando esta situação, os traficantes aproveitam-se da situação de pobreza em que se encontram algumas famílias, muitas das quais são enganadas com promessas falsas de bolsas de estudo para as crianças".