Mais de 100 trabalhadores foram despedidos compulsivamente nos últimos dois anos pela empresa Sonangol, Pesquisa e Produção no projecto de prospecção e pesquisa de petróleo em terra, no bloco norte, na Província de Cabinda.
Na maioria dos casos, nenhum trabalhador foi notificado sobre a decisão e do fim dos contratos de trabalho.
Os trabalhadores sentem-se revoltados por não receberem as suas indemnizações como garante João Bassano, porta-voz do colectivo de trabalhadores.
“Estamos a reclamar por causa de uma injustiça cometida pela Sonangol, Pesquisa e Produção com a sua contratante Eclosmar, empresa do general Eugénio Figueiredo, que desde Junho de 2016 que ficamos em casa sem nenhum pagamento e sem nenhum aviso prévio”, afirmou Bassano, acrescentando ainda que a situação é de conhecimento do actual presidente do Conselho de Administração da Sonangol Carlos Saturnino a quem lança o seu grito de socorro.
A situação é tao grave e já está a causar danos às famílias dos trabalhadores, continuou João Bassano, que acusa o general Eugénio Figueiredo de abuso de poder e de influenciar as decisões das instituições judiciais.
A situação foi encaminhada para o tribunal, mas a solução tarda a chegar.
Os trabalhadores lamentam a forma como o processo tem sido gerido pela justiça e acusam o Tribunal Provincial de Cabinda de morosidade processual.
O representante dos trabalhadores disse ser deplorável a situação porque sempre que o tribunal é interpelado sobre o processo a resposta é que “os juízes estão de férias, esperam até que vos notifiquem”.
A Sonangol, Pesquisa e Produção é concessionária na zona terrestre do norte de Cabinda onde foram descobertas grandes reservas de petróleo.
A província de Cabinda assegura a maior parte da produção angolana de petróleo, sobretudo em offshore com uma produção de cerca de quatrocentos mil barris de petróleo dia.