A Televisão Pública de Angola (TPA) e a TVZimbo anunciaram nesta segunda-feira, 13, que se reservam no direito de não cobrir as actividades da UNITA, caso o principal partido da oposição não se retratar do que chamaram de “comportamento agressivo" dos manifestantes na marcha de sábado, 11.
Em separado, as duas televisões controladas pelo Governo anunciaram que deixarão de convidar militantes, responsáveis e dirigentes da UNITA para os seus programas.
Este posicionamento surge depois daqueles meios de comunicação terem dito que seus profissionais foram agredidos na marcha, sem no entanto terem apresentado os agredidos ou feito qualquer queixa à polícia.
Em resposta, em declarações à VOA hoje, a deputada da UNITA Mihaela Webba afirmou que as emissores públicas mentiram e lembrou que a RNA, também pública, fez o seu trabaho.
Ela assegurou que partido não vai se vai retratar de algo fabricado pelas referidas televisões.
Quanto à decisão da TPA de não cobrir eventos da UNITA a parlamentar considera que só fará um favor a UNITA.
“Não fazem falta porque só fazem um péssimo trabalho, e se não aparecerem só nos fazem um favor", sublinhou.
O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos condenou o acto em si, independentemente de ter havido agressão física ou não.
Teixeira Cândido garantiu também que “não houve nenhum jornalista agredido fisicamente, e a foto que circula nas redes sociais não é de nenhum jornalista angolano, aqui houve manipulação de factos".
Governo e MPLA condenam
O Governo, através do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), repudiou ”os actos de intimidação e de agressão contra os profissionais de imprensa” e considerou ser “uma atitude inqualificável e de violação ao exercício da liberdade de imprensa”.
O Secretariado do Bureau Político do MPLA, partido no poder, emitiu também um comunicado no qual condenou “veementemente a agressão física e verbal perpetrada no dia 11 de Setembro pela UNITA aos jornalistas da TPA e da TV Zimbo”.
O partido no poder pediu às entidades para “chamarem à responsabilidade os autores do acto bárbaro, que colocou em causa a integridade física e a dignidade dos profissionais da informação, que estavam devidamente identificados e em pleno exercício das suas nobres funções”.
A foto posta a circular na página do Secretariado do MPLA em Luanda era do jornalista guineense Adão Ramalho, da Rádio Capital FM, parceira da VOA, aquando da agressão de que foi alvo em Bissau meses atrás.
Até agora, desconhecem-se os jornalistas agredidos.