Segundo o o site de notícias, Maka Angola, a localidade Cafunfo, na província angolana da Lunda Norte, viveu horas de pânico no sábado, 17 de Novembro, depois da polícia intervir numa marcha do Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé.
O site reporta que cerca de 300 pessoas afectas ao Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé marchavam pacificamente, reivindicando a autonomia da região, quando um conjunto de forças - Polícia de Intervenção Rápida, Forças Armadas Angolanas, Polícia da Guarda Nacional e Polícia Nacional -, começou a disparar contra a multidão.
Testemunhas dizem que a polícia começou a disparar indiscriminadamente contra os manifestantes.
Em declarações ao mesmo site, um pastor protestante, identificado como Martinho Rafael, diz que além dos tiros, a polícia também espancou e prendeu pessoas.
O Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé é liderado por Zecamutchima.
Porque é que o povo Tchokwe quer a autonomia das Lundas
A região autónoma das Lundas, rica em diamantes, é reivindicada por nativos descendentes de famílias locais e sobretudo seus intelectuais.
Sob um Acordo de Protectorado celebrado entre nativos Lunda-Tchokwe e Portugal nos anos 1885 e 1894, o território firmou estatuto internacionalmente reconhecido.
Portugal teria ignorado a condição do reino quando se dignou negociar a independência de Angola entre 1974/1975 apenas com os movimentos de libertação.
Os documentos que são publicados, em geral distribuídos por partidários da Comissão do Manifesto Lunda, criticam a Conferência de Berlim realizada em 1885 que delimitou fronteiras dos países do continente africano.
Segundo o Manifesto, com base numa lei de 1955, nº 8909, Portugal concedeu à Lunda um reconhecimento do seu estatuto de Estado.
Na carta avançada, os herdeiros lundas manifestavam o seu desejo, trocar a independência pela obtenção dum estatuto de mais autonomia administrativa e financeira efectiva.