Três dias após as eleições legislativas antecipadas em Timor Leste aguardam-se pelos resultados oficiais da Comissão Nacional de Eleições.
Dados do secretariado técnico indicam que a Aliança de Mudança para o Progresso liderada pelos ex-Presidentes Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak, obteve quase 50 por cento dos votos, o que lhe permitirá controlar 34 dos 65 lugares no Parlamento, mas o partido histórico, a FRETILIN denuncia irregularidades e diz que investigar os resultados.
Enquanto se aguardam os resultados oficiais, observadores dizem que todos os cenários são possíveis.
O secretário-geral da FRETILIN, Mari Alkatiri, anunciou a investigação depois do Secretariado Técnico ter avançado com resultados provisórios que deram a vitória à Aliança para a Mudança, liderada por Xanana Gusmão.
Em Timor Leste, a calma é a nota dominante e a Fretilim, segundo colocado segundo dados provisórios, realizou na segunda-feira uma grande festa por acreditar que vai ser declarado vencedor.
A Comissão Nacional de Eleições está a contabilizar os votos de forma manual.
O analista político António Ramos diz que o partido da independência considera “haver grande discrepância entre as actas das assembleias de voto e o resultado publicado”, facto que a Fretilim quer investigar.
“Há actas que têm 350 votos e depois no resultado electrónico aparecem 450 votos”, por exemplo, segundo Ramos.
Entretanto, caso se confirmem os resultados que dão vitória à Aliança para a Mudança, o partido de Xanana Gusmão pode, no entanto, não conseguir a estabilidade necessária para um mandato completo.
“Com esse resultado pode governar e fazer aprovar o seu programa e o Orçamento de Estado, mas basta o Presidente da República ter alguma dúvida e devolver os documentos ao Parlamento, ele poderá não ter os votos necessários”, explica Ramos, para quem “é necessária uma grande solidariedade institucional”.
De acordo com o calendário, os novos deputados do Parlamento Nacional tomam posse em Junho, seguidos do Governo.
Reacções
OsEstados Unidos, através do Departamento de Estado felicitaram na segunda-feira, 14, “o povo deTimor-Leste” pela realização de eleições que consideraram “pacíficas e credíveis”.
O Governo americano diz apreciar também o envolvimento de observadores internacionais e nacionais, particularmente os da sociedade civil timorense.
“Esta conquista representa outro marco importante na jovem democracia de Timor-Leste”, afirma ao nota do Departamento de Estado que reitera o seu interesse em trabalhar com o novo Governo.
Nesta terça-feira, 15, observadores do International Republican Institute (IRI) emitiram um comunicado em que dizer que "as eleições parlamentares de 12 de Maio foram eficientemente administradas e cumpriram os padrões internacionais de eleições livres e justas".
Randy Scheunemann e Bruce Edwards, daquele instituro americano sublinharam que o voto decorreu numa "atmosfera pacifica ainda que cheia de energia" apenas com "ligeiros incidentes relatados durante o período da campanha" que, segundo eles, “não afectaram a eleição".
A equipa do IRI incluiu 18 observadores de curto prazo, que acompanharam a votação em 112 assembleias de voto.