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Terrorismo é preocupante em Moçambique, diz especialista internacional


Hospital de Quitanda, Cabo Delgado, Moçambique. A unidade foi vandalizada por insurgentes em Abril de 2020
Hospital de Quitanda, Cabo Delgado, Moçambique. A unidade foi vandalizada por insurgentes em Abril de 2020

As acções terroristas do Estado Islâmico em Moçambique são preocupantes, disse, esta semana, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, um especialista internacional, que julga que a luta passa pela solidariedade global.

Weixiong Chen, director-executivo do Comité de Combate ao Terrorismo, que disse que “o terrorismo não existe no vácuo”, sublinhou que, tal como em Moçambique, a situação tornou-se mais preocupante nas regiões ocidental e central de África.

Falando em Nova Iorque, num encontro sobre as ameaças à paz e segurança, Chen abordou a complexidade da luta contra as acções de terroristas.

“Enfrentamos uma série de desafios globais sobrepostos que podem complicar as nossas respostas contra o terrorismo e exacerbar a ameaça representada pelo Da’esh (Estado Islâmico) e outros grupos terroristas,” disse Chen.

Especialistas têm, muitas vezes, advertido que os grupos terroristas exploram as dinâmicas do conflito, fragilidades na governação e inequidades para incitar, planear e organizar ataques.

Chen disse que a ameaça representada pelo Da’esh e suas afiliadas permanece global e em evolução, e apesar das recentes perdas de liderança, o grupo continua a aproveitar as condições favoráveis à disseminação do terrorismo.

“O multilateralismo aprimorado, a cooperação internacional e a solidariedade global são a única maneira de combater uma ameaça terrorista global como o Da’esh,” sugeriu Chen.

Abordar vulnerabilidades

Moçambique foi mencionado por a província de Cabo Delgado, desde 2017, ser alvo de uma insurgência ligada ao Estado Islâmico, que resultou na morte de, pelo menos, quatro mil pessoas, deslocou cerca de um milhão e forçou a interrupção de um projecto bilionário de gás natural liquefeito.

Na luta contra a insurgência, Moçambique tem, desde 2021, o apoio dos exércitos do Ruanda e de países da África Austral. Antes, a luta contou com mercenários, incluindo os do grupo russo Wagner.

No encontro de Nova Iorque, Vladimir Voronkov, subsecretário-geral do Escritório de Combate ao Terrorismo das Nações Unidas, instou os Estados Membros a considerar as implicações duradouras de não tomar medidas imediatas para lidar com essa situação perigosa.

Ele disse que “a persistência da ameaça representada pelo Da’esh, bem como a magnitude dos desafios que ele representa, realçam a importância de medidas não militares para combater o terrorismo, e lidar com suas consequências”.

“Eliminar os conflitos é necessário para criar as condições para a sua derrota (…) mas se quisermos nos livrar desse flagelo, devemos também abordar as vulnerabilidades, problemas sociais e desigualdade exploradas pelo grupo, além de promover e proteger os direitos humanos e o estado de direito,” disse Voronkov.

Escapando do Pesadelo de Cabo Delgado
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