A Câmara dos Deputados do Brasil rejeitou na quarta-feira, 25, à noite a denúncia contra o Presidente Michel Temer e dois dos seus ministros, mas com uma vitória mais curta da esperada pelo Governo e a demora de deputados em marcar presença na votação, o Executivo deve encontrar dificuldades para fazer avançar a sua agenda.
A Câmara confirmou o já esperado resultado, por 251 votos a 233, abaixo da expectativa do Governo, que calculava obter entre 260 e 270 votos para evitar a acusação do antigo Procurador-Geral da República Rodrigo Janot.
A oposição esperava conseguir cerca de 15 votos a mais do que o alcançado na primeira acusação contra Temer, rejeitada pela Câmara por 263 votos a 227.
Agora, o Governo alimenta a expectativa de retomar, ainda que de forma menos ambiciosa, a sua agenda no Congresso, incluindo temas como a reforma da Previdência, projectos de contenção de gastos e mudanças no sistema tributário.
Retomar a agenda
Na manhã desta quinta-feira, 26, ao participar, em Brasília, de um evento do Tribunal de Contas da União (TCU), o chefe da Casa Civil Eliseu Padilha ressaltou que a reforma da Previdência é um tema que "interessa tanto ao Governo quanto ao Congresso".
"O presidente Rodrigo Maia já manifestou interesse de que a gente possa fazer com que ande a reforma da Previdência. A reforma da Previdência é fundamental para o Brasil. Nós não podemos pensar em entrar em 2019 sem a reforma da Previdência", enfatizou.
Indagado sobre a estratégia do Planalto para retomar as discussões da reforma previdenciária depois de ter visto a sua base de apoio no Legislativo reduzir com duas denúncias contra Temer, Padilha demonstrou interesse em valorizar o papel do presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia.