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Teerão repreende Grã-Bretanha e Noruega por comentários sobre protestos


Nesta foto de 21 de setembro, 2022, obtida pela AP fora do Irão, manifestantes fazem uma fogueira e criam uma barricada na estrada durante um protesto em Teerão, depois de uma mulher ter morrido após ser detida pela polícia da moralidade do Irão.
Nesta foto de 21 de setembro, 2022, obtida pela AP fora do Irão, manifestantes fazem uma fogueira e criam uma barricada na estrada durante um protesto em Teerão, depois de uma mulher ter morrido após ser detida pela polícia da moralidade do Irão.

O Irão repreendeu a Grã-Bretanha e a Noruega por aquilo que afirmou ser interferência e cobertura noticiosa hostil da extensa agitação no Irão desencadeada pela morte de uma jovem mulher detida pela polícia de moralidade do país por não ter vestido correctamente um hijab (lenço islâmico), disse domingo, 25, a agência noticiosa semi-oficial IRNA.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão convocou no sábado os embaixadores britânico e norueguês para os informar.

Teerão citou o "carácter hostil" dos meios de comunicação social de língua persa sediados em Londres, enquanto se queixava ao diplomata norueguês sobre a "postura intervencionista" do presidente do parlamento do país, que manifestou no Twitter o seu apoio aos manifestantes.

As manifestações irromperam há mais de uma semana por todo o Irão, com os manifestantes indignados com a morte de uma mulher curda de 22 anos, Mahsa Amini. Foi a maior onda de protestos contra o governo em anos.

Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do Presidente dos EUA Joe Biden, disse ao programa do canal ABC "Esta Semana", no domingo, que os protestos iranianos "reflectem uma crença generalizada de que [os manifestantes] merecem a sua dignidade e direitos" e que os EUA os apoiam.

Ele disse que os EUA apoiam as pessoas "que defendem os seus direitos".

Algumas mulheres iranianas cortaram publicamente o cabelo ou queimaram os lenços islâmicos nas ruas e multidões enfurecidas apelaram à queda do Líder Supremo Ayatollah Ali Khamenei.

A televisão estatal iraniana diz que 41 pessoas foram mortas. O governo restringiu os serviços móveis e de internet para evitar mais cobertura noticiosa dos incêndios nas ruas e confrontos policiais com manifestantes.

Doze agências bancárias foram destruídas na agitação dos últimos dias, e 219 caixas multibanco foram danificadas, dizem as autoridades iranianas.

A conta activista do Twitter 1500tasvir no final da tarde de sábado, publicou vídeos de protestos no distrito ocidental de Teerão, Sattarkhan, mostrando os manifestantes reunidos numa praça entoando: "Não tenhas medo, estamos todos juntos nisto". Uma motocicleta que aparentemente pertencia à polícia de choque ardia em segundo plano.

Num vídeo colocado nas redes sociais no sábado, jovens da cidade de Babol, no norte da cidade, reuniram-se num portão da universidade e tentaram tirar retratos de Khamenei e do Ayatollah Ruhollah Khomeini, o fundador da República Islâmica, enquanto os espectadores gritavam: "Morte ao ditador!

O Presidente iraniano Ebrahim Raisi diz ter ordenado uma investigação sobre a detenção e morte de Amini, que foi presa pela polícia, impondo as restrições da República Islâmica ao vestuário feminino.

Raisi não mencionou o caso Amini durante um discurso na semana passada na Assembleia Geral das Nações Unidas. Em vez disso, queixou-se do que disse serem violações dos direitos humanos noutros países, incluindo nos Estados Unidos, pelo seu tratamento de migrantes que tentam atravessar a sua fronteira sudoeste para o país a partir do México e pela morte de suspeitos de crimes sob custódia policial.

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