O maior partido da oposição em Angola considera que recentes declarações da deputada “Tchizé” dos Santos são uma indicação clara que o partido no poder, MPLA, está profundamente dividido.
Mas um conhecido deputado do MPLA nega haver qualquer divisão interna afirmando que as declarações de “Tchizé" dos Santos (filha do antigo presidente Eduardo dos Santos) foram mal interpretadas ou então “mal colocadas”.
A deputada encontra-se no estrangeiro há vários meses fora do país e diz que está a ser alvo de intimidação por parte de apoiantes do Presidente João Lourenço.
A sua irmã Isabel dos Santos também se encontra no estrangeiro.
“Tchizé” dos Santos acusou João Lourenço de estar a fazer “um golpe de estado às instituições acrescentando que este deveria ser impugnado do seu cargo.
O parlamentar da UNITA Nelito Ekuikui diz não ter dúvida que reina uma divisão dentro do MPLA.
"Há uma crise efectiva no seio do MPLA … entre a ala do então presidente Jose Eduardo dos Santos e a ala do actual Presidente João Lourenço”, disse.
Acrescentando haver uma ala “liderada pelas filhas de Eduardo dos Santos e outros que se escondem no anonimato”.
Mas o deputado pelo MPLA João Pinto refuta esta tese de crise no seio do seu partido.
"Nenhum partido com a maioria que tem vai querer destituir o seu líder só porque alguém assim o entende”, disse.
“Trata-se de uma opinião mal interpretada ou mal colocada e não devemos olhar para as coisas neste sentido, nem devemos alimentar este ambiente de conflito de gerações ou de valores como se fosse uma crise”, acrescentou o deputado do MPLA para quem as declarações da filha do ex- presidente “devem ser vistas no quadro da cidadania”.
João Pinto afirmou o MPLA tem uma longa historia de debates públicos que “reflectem a liberdade de expressão no MPLA".
A CASA-CE pelo deputado Leonel Gomes também considera normal, pedindo apenas um pouco de moderação.
"É normal num estado de direito as pessoas terem as suas opiniões, colocarem os seus problemas apesar de achar ter havido dos dois lados algum exagero mas acho que com ponderação e moderação pode-se contribuir para a harmonia no seio deste partido e do país porque o que precisamos não são mais confusões precisamos de soluções para realizar os angolanos e Angola", disse