Profissionais de quatro rádios comunitárias que operam em São Tomé e Príncipe paralisaram, esta quinta-feira (20), as suas actividades, por não terem recebido o subsídio acordado com a Secretária de Estado da Comunicação Social.
Os colaboradores das rádios Tlacha, em Neves; Lobata, em Guadalupe, Yogo, em Porto Alegre; e Santa Catarina, em Lembá, decidiram interromper, por tempo indeterminado, as suas atividades depois de vários meses de negociação com o Secretário de Estado da Comunicação Social, Adelino Lucas, e com o Ministro da tutela, Wando Castro.
As quatro rádios comunitárias foram criadas com o apoio das Nações Unidas para levar informação às populações mais isoladas.
“O Governo quando assumiu a tutela das rádios comunitárias acordou connosco o pagamento de um subsídio de três em três meses”, disse Abdulay Pires, da Rádio Lobata, sublinhando que era uma forma de resolver algumas necessidades do dia-a-dia dos colaboradores.
Entretanto, segundo os profissionais há mais de 12 meses que o subsídio trimestral fixado em 3.500 dobras, cerca de 150 dólares, não tem sido pago.
Reconhecimento
“Reunimos várias vezes com o Secretário de Estado, Adelino Lucas e com o ministro Wando Castro, e eles sempre nos alimentando a esperança, mas nós estamos cansados e temos que encontrar uma solução para esta situação”, disse Pires.
“É uma situação que tentamos evitar, mas não foi possível. Pedimos desculpas aos ouvintes e aos nossos parceiros nomeadamente a Organização Mundial de Saúde e o Fundo das Nações Unidas para Infância”, disse Sebastião Pires, da Rádio Comunitária de Tlacha, na cidade de Neves.
O Secretário de Estado da Comunicação Social, Adelino Lucas, ainda não reagiu oficialmente a esta paralisação, mas a VOA teve acesso a mensagem do governante São-tomense enviada aos responsáveis das rádios comunitárias, na qual reconhece que não foi capaz de cumprir a promessa do pagamento dos subsídios em atraso, há mais de um ano.