A população do distrito de Cauê, no sul de São Tomé, queixa-se da falta de quase tudo.
Os postos de saúde não têm medicamentos nem estruturas para receber os utentes, as salas de aula estão superlotadas sem condições de ensino e aprendizagem e as estradas para as comunidades mais isoladas estão avançado de degradação.
“Não temos medicamentos e a própria infraestrutura sanitária não reúne condições”, lamenta a responsável do posto de saúde de Angolares.
No sector da educação, os professores criticam a superlotação das salas de aula e falta de um liceu no distrito.
O ensino básico tem mais de 70 alunos em cada sala de aula e quando chove as crianças não vão à escola, diz a delegada de educação.
A época das chuvas coincide com o ano lectivo.
Dezenas de estradas em terra batida que ligam as comunidades mais isoladas estão em risco de desabamento.
A autarquia de Caué diz-se de braços atados perante os inúmeros problemas.
“Nós não temos qualquer verba para resolver os problemas”, afirmou um autarca de Cauê, a região mais pobre de São Tomé e Príncipe escolhida pelo Presidente da República, Carlos Vila Nova, para dar início nesta sexta-feira, 17, a mais uma presidência aberta,numa altura em que o Governo está a ultimar o projecto do Orçamento Geral de Estado para 2023.
O analista político Liberato Moniz lamenta que os encontros de proximidade entre os dirigentes e a população não passem disto mesmo.
“Desde a independência em 1975 que todas as reclamações que a população apresenta nestes encontros ficam no papel. Só se alimenta as expectativas das pessoas e depois praticamente nada é feito”, afirma este analista para quem o OGE para 2023 não irá responder aos problemas "gritantes" que existem em todos os distritos de São Tomé e Príncipe.
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