Pela primeira vez na história das eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe, desde o advento da democracia em 1990, o Presidente da República em funções não se recandidata a um segundo mandato.
Evaristo Carvalho foi eleito em 2016 com o apoio do partido Ação Democrática Independente.
Faltando duas semanas para as próximas eleições presidenciais, Carvalho ainda não explicou à nação os motivos pelos quais decidiu não concorrer.
O analista Óscar Baía considera que Carvalho já deveria ter explicado a sua decisão ao país.
“O presidente fica muito mal na fotografia pelo facto de não ter explicado aos seus eleitores de 2016 a decisão da sua não recandidatura ao cargo”, disse Baía.
Entretanto para outro analista, Liberato Moniz, a decisão de Evaristo Carvalho pode estar relacionada com o seu fraco desempenho durante o primeiro mandato.
“Acho que ele tem a consciência que não conseguiu ajudar a resolver os problemas do país nesses cinco anos de mandato e pela sua idade e problemas de saúde conclui que já não tem mais nenhum contributo a dar e por isso não se recandidatou”, conclui Liberato Moniz.
“Evaristo Carvalho foi colocado na presidência da república em 2016 e não tendo mais o apoio de quem o colocou na chefia do estado preferiu não avançar porque anteviu o fracasso da sua recandidatura”, considera o analista Olívio Diogo.
Candidatos
A eleição do próximo dia 18 é a mais concorrida de sempre. Dezanove candidatos estão na corrida ao palácio cor-de-rosa.
Seis são da família política do MLSTP-PSD, o partido que lidera a atual coligação no poder.
Guilherme Pósser da Costa, antigo primeiro-ministro, concorre com o apoio oficial da direção do partido; mas o MLSTP-PSD tem mais cinco militantes que concorrem como independentes: Aurélio Martins, antigo líder do partido; Jorge Amado, outro ex-presidente do partido; Maria das Neves, antiga primeira-ministra; Elsa Pinto, ex-ministra dos negócios estrangeiros; e Victor Monteiro, antigo ministro da defesa.
Ainda no campo dos partidos da coligação governamental há mais três candidatos da família PCD-MDFM-UDD.
Tratam-se do atual Presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, apoiado pelo PCD, Carlos Neves, antigo Embaixador de São Tomé e Príncipe nas Nações Unidas apoiado pelo MDFM-UDD e o Jurista Eugénio Tiny, fundador do MDFM que avança como independente.
Do lado da oposição, a ADI, o maior partido da oposição São-tomense, tem dois candidatos: Carlos Vila Nova com o apoio oficial da direção do partido; e Carlos Stock, antigo ministro da defesa, que também concorre como independente.
Ainda no reduto da oposição há o candidato do Movimento dos Cidadãos Independentes de Cauê, o antigo ministro da agricultura, Júlio Silva.
O Partido os Verdes de São Tomé e Príncipe, sem assento parlamentar, também tem dois candidatos: Elsa Garrido, a líder do partido; e o Jurista Miques Bonfim.
Completam a lista: O professor Manuel do Rosário; o técnico do Instituto Marítimo e Portuário, Olinto das Neves; o activista social, Moisés Viegas; o agricultor e activista social, Abel Bom Jesus; e o cidadão Roberto Garrido Pontes