Activistas da Plataforma da Sociedade Civil São-tomense Contra os Abusos Sexuais de Crianças protestaram, esta quarta feira, 17, contra médicos do único centro hospitalar do país, que segundo eles se recusam a examinar uma menor de cinco anos de idade, alegadamente violada pelo seu padrasto.
O caso foi denunciado por uma tia, que acusou a mãe da menor de estar a proteger o padrasto, seu companheiro, à troco de mesadas.
Os manifestantes, na maioria mulheres Juristas, também criticam o Governo pela passividade no combate aos crimes de violação sexual, e avisam que irão permanecer nas ruas, buzinando junto das diferentes instituições públicas que devem intervir no caso.
Eles pretende fazer isso concretamente no Hospital Ayres de Menezes, Ministério da Saúde, Ministério da Justiça, Gabinete do Primeiro Ministro, Tribunais e Procuradoria Geral da República.
Ameaçam não sair das ruas até que a criança de cinco anos alegadamente violada pelo seu padrasto seja examinada pelas autoridades sanitárias.
Sobrecarga de trabalho...
“Como é que os médicos podem se recusar a fazer exames com o fundamento de que não são bem tratados nos tribunais, quando vão prestar declarações no âmbito dos processos de abuso sexual de menores? Isto é inadmissível”, lamenta Arlete Zeferino, uma das manifestantes.
Os membros da Plataforma da Sociedade Civil São-tomense Contra os Abusos Sexuais de Menores acusam as autoridades de muita passividade face ao aumento de crimes de abuso sexual de crianças no país.
Contactado pela VOA, o Bastonário da Ordem dos Médicos São-tomenses, Eduardo Neto, acusa as autoridades de não terem criado condições para a realização desses exames.
“O país não tem especialistas em medicina legal e isto é da responsabilidade dos políticos”, disse Eduardo Neto, garantindo, no entanto, que existem dois médicos que prestam este serviço ao país, mas que os mesmos não tiveram disponibilidade para fazer o exame à criança, que teria sido vítima de abuso sexual por sobrecarga de trabalho.