A Polícia da República de Moçambiue (PGR) confirmou que quatro dos cinco suspeitos do assassinato ontem do observador eleitoral e membro da Sala da Paz na província de Gaza, Anastácio Matavel, pertencem ao grupo especial da Unidade de Intervenção Rápida (UIR).
A confirmação foi feita pelo porta-voz da corporação, Orlando Mudumane, nesta terça-feira, 8, numa conferência de imprensa de pouco mais de quatro minutos e na qual não deu mais detalhes nem respondeu a perguntas dos jornalistas.
O comunicado lido indica que foi suspenso Alfredo Macuacuá, comandante da subunidade da UIR, na província de Gaza, e Tudelo Guirrugo, das funções de comandante de companhia do Grupo de Operações Especiais (GOE), na mesma província.
A PRM criou ainda uma comissão de inquérito que deverá apresentar um relatório sobre o incidente no prazo de 15 dias.
O assassinato
Anastácio Matavel foi baleado, por volta das 11 horas, de ontem 7, ao sair de uma acção de formação de observadores da Joint, uma organização da sociedade civil.
Estima-se que ele tenha sido atingido por cerca de 10 tiros.
Após o assassinato, o grupo pôs-se em fuga mas envolveu-se num acidente de viação, que resultou na morte de dois deles, enquanto outros dois foram detidos pela polícia.
Um quinto elemento terá fugido e, segundo informações não confirmadas oficialmente, ele terá levado a arma do crime.
Entretanto, em comunicado hoje, a Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (UE) condenou o ataque e apelou às autoridades competentes "que investiguem este acto violento e assegurem que os agressores são responsabilizados pela sua conduta criminosa".