O vírus Zika, transmitido por meio do mosquito Aedes aegypti e que é suspeito de causar danos aos cérebros de bebés no Brasil, deve se espalhar por todos os países das Américas, com a excepção de Canadá e Chile, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta Segunda-feira, 25.
A ocorrência do Zika ainda não foi registada na parte continental dos Estados Unidos, embora uma mulher que contraiu o Zika no Brasil tenha dado à luz um bebé com microcefalia no Hawai.
O Ministério da Saúde brasileiro confirmou a relação entre o vírus Zika e a microcefalia, má formação na qual os bebés nascem com cérebros menores do que o normal.
O Brasil registou 3.893 casos suspeitos de microcefalia, divulgou a OMS na Sexta-feira, 22, mais de 30 vezes o que foi registado em qualquer ano desde 2010.
A ligeira disseminação da doença, que rapidamente atingiu 21 países e territórios da região desde maio de 2015, deve-se à baixa imunidade da população e à prevalência do mosquito Aedes aegypti, hospedeiro do vírus, disse a OMS em comunicado.
Transmissão sexual
As evidências sobre outros modos de transmissão são limitadas.
“O Zika foi isolado no sêmen humano e um caso de possível transmissão sexual de pessoa para pessoa foi descrito. No entanto, mais evidências são necessárias para confirmar se o contágio sexual é um meio de transmissão do Zika”, disse a OMS.
Actualmente, não há evidências de que o Zika esteja a ser transmitido aos bebés por meio do leite materno, de acordo com a OMS.
A OMS aconselhou as mulheres grávidas que planeiam ir para as áreas de incidência do Zika a consultarem seus médicos antes da viagem e após o regresso.
O Zika tem ocorrido historicamente em partes de África, do Sudoeste Asiático e em ilhas do Pacífico. Mas trata-se de uma doença com sintomas moderados e há poucos dados científicos sobre o vírus, razão pela qual não está claro por que razão ocorrem casos de microcefalia no Brasil, acrescentou a OMS.