Especialistas em saúde em Angola alertam para a necessidade de maior atenção na região sul e para a província da Huíla em particular, com o aproximar da época de cacimbo e o consequente surgimento de doenças respiratórias em tempos da pandemia da Covid-19.
O período de cacimbo em Angola compreende os meses de Junho, Julho e Agosto, mas é nos primeiros dois onde são registadas, em média, baixas temperaturas e o aumento de casos de pneumonia.
O fato de a Huíla ser uma zona importante de transição por estrada para as províncias vizinhas do Namibe e Cunene vai exigir das autoridades sanitárias uma atenção diferente, alerta o especialista em saúde pública, Jeremias Agostinho.
“Com os resultados que foram apresentados no Censo Populacional em 2014, vamos conseguir verificar que a população de maior idade na província da Huíla também é bastante grande e de risco", afirmou.
Numa altura em que a província da Huíla ainda não realiza testes da Covid-19, a diretora-geral do Hospital Central do Lubango, Maria Antunes, faz saber que o aumento da capacidade de diagnóstico das doenças do quadro respiratório vai fazer toda a diferença.
“Isto é um sinal de que temos de estar atentos. Realmente há uma tendência para aumentar as doenças respiratórias, o que quer dizer que temos que melhorar a nossa capacidade de diagnóstico em relação à Covid-19”, explicou Antunes.
As autoridades sanitárias da província gizaram um plano, que contempla uma abordagem diferente nas doenças respiratórias.
“Para não haver confusão entre uma coisa e a outra, nós estamos a propor aos municípios que implementem tendas de pré-rastreio nas unidades sanitárias, prevenindo assim o contato e até poupando material de biossegurança”, revelou a directora do gabinete provincial da saúde da Huíla, Luciana Guimarães.
Para ajudar a lidar com esta situação, a VOA sabe que o Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova, de Lisboa, prevê o envio de cerca de mil testes da Covid-19 para a província da Huíla.