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Supremo Tribunal de Justiça de Cabo Verde nega novo "habeas corpus" a Alex Saab


Supremo Tribunal de Justiça, Praia, Cabo Verde
Supremo Tribunal de Justiça, Praia, Cabo Verde

Defesa do enviado especial da Venezuela alega excesso de prisão preventiva, mas Ministério Público pode pedir extensão

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de Cabo Verde negou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do empresário colombiano e enviado especial do Governo da Venezuela, Alex Saab, detido desde 12 de junho e a aguardar uma decisão final sobre a sua extradição para os Estados Unidos.

A defesa pediu no dia 12 a libertação de Saab por considerar que estava detido, na altura, há mais de 89 dias, quando a lei cabo-verdiana estipula o limite de 80 dias como período máximo da prisão preventiva.

Numa audiência na terça-feira, 17, o STJ alegou que o Ministério Público pode legalmente pedir a extensão da prisão preventiva, enquanto o órgão decide o recurso apresentado pela defesa contra a sentença do Tribunal da Comarca de Barlavento, que determinou a extradição do empresário para os Estados Unidos.

Ao pedir a libertação de Alex Saab, a defesa, através do advogado José Manuel Pinto Monteiro, justificou que “o Sr. Saab foi privado da sua liberdade por quase cino meses” e por isso “exige a libertação do extraditado para que este permaneça em liberdade, sob vigilância, até decisão sobre o seu processo de extradição".

O processo

Detido a 12 de junho no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, num voo privado a caminho do Irão, Alex Saab viu o Tribunal da Comarca de Barlavento autorizar a sua extradição para os Estados Unidos a 31 de julho.

A justiça americana, que pediu a sua detenção e extradição, diz que Saab é um testa-de-ferro do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o acusa de lavagem de capitais no montante de 350 milhões de dólares através do sistema financeiro dos Estados Unidos.

O Governo da Venezuela afirma que ele tem imunidade diplomática e que estava a serviço do país, enquanto a defesa também já recorreu à Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas e ao Tribunal da Cedeao.

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