A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil manifestou-se nesta quarta-feira, 20, contra a suspensão do envio à Câmara dos Deputados da nova acusação contra o Presidente Michel Temer.
Com alguns juizes ainda por votar, na sessão de hoje, o julgamento terminou com sete votos a favor e um contra.
O único a divergir foi o ministro Gilmar Mendes, que votou pela devoluçaõ da acusação à PGR e pela suspensão do envio à Câmara dos Deputados.
Mendes tem votado sempre a favor do Presidente Temer.
Desta forma, mesmo faltando três juízes por se pronunciar amanhã, a acusação segue agora para o Parlamento.
O pedido foi apresentado pela defesa de Michel Temer, que argumenta a necessidade de se aguardar o fim das investigações sobre suposta omissão de executivos da J&F nas suas confissões recompensadas.
Provas entregues pelos delatores da J&F deram base à acusação contra Temer, acusado de integrar organização criminosa e de cometer obstrução da Justiça nas investigações da Operação Lava Jato.
A defesa do Presidente diz que as provas não são válidas, pela suspeita de que os delatores foram orientados pelo ex-procurador da República Marcelo Miller, quando ele ainda trabalhava na PGR.
A Constituição determina que a denúncia deve ser encaminhada à Câmara dos Deputados, à qual cabe autorizar, por no mínimo dois terços (342) dos 513 deputados, a análise da acusação pelo STF.
Caso for aceito pelo STF, o pedido de Temer paralisaria a tramitação da acusação.