Em Moçambique, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) diz que só tem comida para um mês, para assistir cerca de 500 mil pessoas, que enfrentam a escassez de alimentos nas regiões centro e sul do país.
Esta afirmação coloca em causa o optimismo do sector da agricultura que considera estar garantida a segurança alimentar para as populações.
O ministério da Agricultura e Segurança Alimentar fala numa produção robusta na presente época, mas o porta-voz do INGC, Paulo Tomás, diz que há situações preocupantes de insegurança alimentar nas províncias de Sofala e Tete, no centro, e Inhambane e Gaza, sul.
Referiu que as reservas de alimentos disponíveis garantem assistência durante um período de apenas um mês, estando prevista a mobilização de recursos para fazer face à situação.
A província de Tete é a que apresenta a situação mais preocupante, com 34 mil famílias afectadas pela insegurança alimentar, resultante da fraca produção agrícola.
Contudo, Momed Valá, director nacional de Agricultura, fala num crescimento de 9 a 11 po rcento na produção de cereais, de 15 a 17% de leguminosas, de 12 a 14% na produção de raízes e tubérculos e de 18 a 20% na produção de hortícolas na presente época agrícola no país.
Para aquele responsável, "isto demonstra que estamos perante uma safra muito boa, porque há excedentes de milho, há vegetais e, portanto, a segurança alimentar está garantida para as populações moçambicanas".
A directora nacional do Programa Mundial de Alimentação-PMA, em Moçambique, Carmen Mamente, diz que apesar de a insegurança alimentar ter diminuído um pouco, ainda constitui motivo de preocupação.