Pelo menos 48 pessoas morreram e 97 ficaram feridas num ataque de milícias, na cidade de El Geneina, no oeste de Darfur, no sábado, 16, disse a agência de notícias estatal sudanesa SUNA, citando um sindicato de médicos local.
O ataque aconteceu poucas semanas depois das forças de paz da ONU iniciarem a retirada da região, onde a violência está a aumentar, e foi desencadeado quando um membro da tribo Masalit esfaqueou um membro de uma tribo árabe, disse a Ordem de Advogados de Darfur.
A Ordem disse que "milícias armadas se aproveitaram do incidente e atacaram El Geneina de todos os lados", assim como o campo de deslocados internos de Kreinding, onde há indicações de uma onda de pessoas se movendo em direção à cidade.
A associação acusou as milícias de saques e abusos dos direitos humanos.
Incidentes semelhantes ocorreram em Darfur desde o início do conflito em 2003, quando o governo de Omar al-Bashir armou milícias para ajudar a reprimir uma revolta.
"Advertimos várias vezes sobre a deterioração da situação de segurança em Darfur...uma vez que as milícias armadas ainda representam uma ameaça constante", lê-se num comunicado do comité coordenador do acampamento de deslocados internos.
Os deslocados protestaram contra a saída da UNAMID, a missão de manutenção da paz que patrulhava a região até o seu mandato terminar a 1 de janeiro.
No sábado, o governador de Darfur Ocidental declarou estado de emergência, autorizando o uso da força para estabilizar a situação e impondo o recolher obrigatório.
Embora os militares tenham começado a se deslocar, a Ordem de Advogados disse que o comandante da região não obedeceu às directrizes do governador do estado.
O sindicato dos médicos de Darfur Ocidental disse que pediu ajuda para proteger as instalações e equipes médicas, mas chamou a resposta de "fraca", reporta a SUNA.