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Sudão expulsa 15 diplomatas dos Emirados Árabes Unidos por alegadamente apoiar a RSF


General Abdel Fattah al-Burhan, líder do exército e do Governo do Sudão.
General Abdel Fattah al-Burhan, líder do exército e do Governo do Sudão.

O Ministério das Relações Exteriores do Sudão declarou 15 diplomatas dos Emirados Árabes Unidos (EAU) persona non grata neste domingo, 10, e exigiu que deixem o país "dentro de 48 horas".

A notícia foi avançada pela agência de notícias oficial SUNA, sem dar mais detalhes.

O Governo também não se pronunciou ainda.

Nas últimas semanas, manifestantes pró-exército e altos funcionários leais ao líder das Forças Armadas, Abdel Fattah al-Burhan, acusaram os EAU de apoiar as Forças de Apoio Rápido (RSF, na siglas em inglês), lideradas pelo ex-vice de Burhan, Mohamed Hamdan Daglo.

Guerra sem fim

O exército e as RSF estão em guerra desde 15 de abril, que resultou em cerca 12 mil pessoas mortas e no deslocamento de sete milhões de residentes, segundo as Nações Unidas.

As negociações para um cessar-fogo falharam consistentemente, ao mesmo tempo que nenhuma das partes consegue obter uma vantagem decisiva no campo de batalha.

Especialistas e líderes mundiais, incluindo o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmaram que intervenientes não identificados que fornecem apoio "financeiro e de armas" a ambos os lados em conflito contribuíram para a carnificina em curso.

Enquanto o Egito e a Turquia permanecem firmemente ao lado do exército, observadores indicam que os EAU têm sido acusados de canalizar armas e apoio à RSF, que controla grande parte do lucrativo setor de exploração de ouro do país.

Em agosto, numa reportagem no Wall Strret Journal, o Governo dos EAU alegou que armas foram encontradas nos seus envios de ajuda ao Sudão, mas garantiu que "não toma partido no conflito atual".

No final de Novembro, o general Yasser al-Atta, vice-chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, acusou os EAU de "apoiar a RSF na sua guerra contra o exército", através de aeroportos no Uganda, no Chade e na República Centro-Africana.

C/AFP

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