A União Africana (UA) afirma que as forças do governo e os rebeldes do Sudão do Sul deverão responder a todos os tipos de atrocidades cometidos contra a população civil, incluindo e canibalismo forçado.
Uma comissão da UA, liderada pelo ex-presidente da Nigéria Olusegun Obasanjo, realizou uma investigação que documentou crueldade sem precedentes, tais como forçar membros de uma comunidade a "beber o sangue e comer a carne de pessoas de seus próprios grupos étnicos", indica um relatório da comissão citado pela AFP.
O relatório diz que "a maioria das atrocidades foi cometida contra civis que não estavam directamente envolvidos no conflito. Houve ataques contra locais de culto e hospitais, a ajuda humanitária foi dificultada e cidades foram saqueadas e destruídas".
"Há indícios que nos permitem acreditar que ambos os lados cometeram assassinatos, estupros, tortura e outros actos desumanos", aponta o relatório, que vê "motivos razoáveis que sugerem um genocídio".
O relatório pede à UA a criação de um tribunal independente para julgar os responsáveis pelos crimes.
Independente desde 2011, o Sudão do sul viu-se mergulhado, em finais de 2013, numa guerra civil entre a ala do Presidente Salva Kiir e a do ex-vice-presidente Riek Machar. Milhares de pessoas perderam a vida e outros fugiram das suas zonas de residência.