Sessenta e sete pessoas morreram num ataque de um drone contra um dos últimos hospitais de El-Facher, na região sudanesa do Darfur, anunciaram no sábado activistas pró-democracia, num novo balanço de mortos.
Uma fonte médica tinha referido anteriormente 30 mortos no ataque de sexta-feira, mas o número de mortos foi aumentado pelo comité de resistência local, uma das centenas de grupos de voluntários pró-democracia criados em todo o país para coordenar a ajuda no terreno durante a guerra que opõe o exército a paramilitares rivais desde abril de 2023.
O Sudão é palco de uma guerra entre as Forças de Apoio Rápido (FAR ou RSF na sigla em inglês) paramilitares, dirigidas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, e o exército liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, o chefe de facto do país, um dos mais pobres do mundo.
A guerra custou dezenas de milhares de vidas, com estimativas que variam entre 20.000 e 150.000, a maioria das quais não foi contabilizada, segundo os médicos.
As FAR controlam quase toda a vasta região ocidental do Darfur e, desde maio, cercou El-Facher, uma metrópole de dois milhões de habitantes e capital do Estado do Darfur do Norte. Mas as milícias aliadas ao exército têm conseguido, até à data, repelir os seus repetidos ataques.
De acordo com a fonte médica, o mesmo edifício hospitalar foi atingido “por um drone” da FAR “há algumas semanas”.
Os ataques a instalações de saúde são comuns em El-Facher. No início de janeiro, os Médicos Sem Fronteiras afirmaram que o hospital saudita era “o único hospital público com equipamento cirúrgico ainda de pé”.
Em todo o país, segundo dados oficiais, cerca de 80% das instalações de saúde foram paralisadas.
Fórum