O número de refugiados sudaneses no Sudão do Sul ultrapassou o meio milhão, anunciou a agência da ONU para os refugiados, ACNUR, numa altura em que o conflito no vizinho Sudão continua a provocar deslocações em massa.
O Sudão do Sul é agora o segundo maior recetor de pessoas que fogem do Sudão, com mais de 810.000 novas chegadas desde abril de 2023.
A ACNUR alertou para o facto de a situação poder vir a agravar-se, exacerbando os já terríveis desafios humanitários no país.
“A população de refugiados no Sudão do Sul quase duplicou em menos de 18 meses e esperamos que o pior esteja para vir. O conflito no Sudão está a afetar o Sudão do Sul com mais força do que qualquer outro país da região e aumenta os imensos desafios que a nação enfrenta”, afirmou Marie-Helene Verney, Representante do ACNUR no Sudão do Sul.
Segundo a ACNUR, mais de metade de todos os refugiados no Sudão do Sul estão atualmente alojados em Maban e outros 135.000 refugiados vivem na área administrativa de Ruweng. Muitos estão agora a optar por se deslocar para zonas urbanas, o que, de acordo com a organização da ONU representa "oportunidades e desafios para a integração nas economias e comunidades locais".
O confronto tem destabilizado as rotas de abastecimento e as exportações de petróleo, provocando um aumentando da inflação. A ACNUR informa que os preços dos bens essenciais, incluindo os géneros alimentícios, "subiram em flecha".
O confronto armado entre as Forças de Apoio Rápido (RSF) e as Forças Armadas Sudanesas dura ha mais de um ano.
Cerca de 2 milhões de sul-sudaneses estão deslocados internamente e três quartos dos 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária urgente, informa a ACNUR, recordando a necessidade de aumentar o financiamento das ONGs no terreno.
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