O Primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, defende que a introdução de mais dois ministérios no governo vai dinamizar a economia e permitir a captura de financiamentos para a preservação do ambiente e o desenvolvimento sustentável.
O chefe do governo falou, nesta quarta-feira, 10, à nação 24 horas depois da remodelação governamental, mas analistas políticos concluíram que ele demonstrou que o executivo restruturado não trará solução para os problemas estruturantes do país.
Trovoada justifica a criação de novos ministérios com a necessidade de imprimir maior dinâmica à governação sobretudo em sectores de maiores desafios e oportunidades, nomeadamente ambiente e economia, duas novas pastas introduzidas na remodelação governamental.
“ A questão ambiental tem cada vez mais relevância, quer à nível nacional quer à nível global, e quanto a economia vimos que é necessário definir uma agenda para definir o negócio no nosso país e isso foi analisado com a Câmara do Comércio”, diz o chefe do governo.
Privatização
Trovoada também considera que a assinatura do acordo de facilidade de crédito com o Fundo Monetário Internacional, FMI, é outro grandes desafio desta governação devido ao financiamento para a compra anual de combustíveis no valor de 80 milhões de dólares, quando o país se encontra sobre a linha vermelha do endividamento externo.
Para ele, “mesmo endividados, temos que encontrar uma solução, porque sem gasóleo vamos ficar às escuras e o FMI sabe disso”.
O Primeiro-ministro reafirma a necessidade de privatização da empresa de água e eletricidade, do porto e do aeroporto com o objectivo revitalizar a economia face à situação de falência técnica e financeira em que se encontram.
Sobre o relacionamento institucional com o Presidente da República Trovoada diz que é bom, ao contrário dos líderes da oposição.
Para analistas políticos, o chefe do governo demostrou nesta comunicação que o país vai continuar sem solução para os seus problemas estruturantes.
“Ele mostrou que não teremos os grandes financiamentos que deveriam substituir as remessas do FMI e do Banco Mundial que também ficou claro que não irão chegar devido a falta de acordo com essas instituições, assim sendo o país vai continuar à deriva”, concluiu Arzemiro dos Prazeres.
Outro analista, Liberato Moniz, diz que o Primeiro-ministro foi transparente, apresentando a situação real de crise económica e social e a falta de soluções a curto e médio prazos.
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