O Presidente eleito de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, toma posse neste sábado, 2, na sede da Assembleia Nacional numa cerimónia com mais de 300 convidados.
Marcelo Rebelo de Sousa, de Portugal, e Umaro Sissoco Embaló, da Guiné-Bissau, são os dois únicos Chefes de Estado que estarão presentes.
Em conversa com a VOA nesta sexta-feira, 1, Carlos Vila Nova aponta como uma das prioridades do seu mandato a lealdade institucional para garantir uma boa coabitação política e espera o mesmo dos restantes órgãos de soberania.
“As instituições estão em funcionamento e todas elas têm um mandato. Eu só espero lealdade de todos para garantir um bom funcionamento dessas instituições”, afirma o Presidente da República, que diz ser uma das suas principais missões por fim à política do ódio e da perseguição, unindo o país para o objectivo do desenvolvimento.
“Nós não podemos representar uma franja da sociedade e esquecer as outras. Temos que ultrapassar estes pequenos problemas e não fazer dele um modo de vida. São Tomé e Príncipe tem que ser um país onde todos possam ter espaço para o seu modo de vida”, reitera.
Vila Nova também está preocupado com a justiça e promete promover a reforma do sector, ao mesmo tempo que vai desbravar o caminho que protege a corrupção.
“Nós temos que nos basear na competência, no carácter, na qualidade das pessoas e na responsabilização no exercício das funções, sobre tudo as publicas. Eu creio que assim estaremos a dar sinais para o combate de um mal que tem prejudicado gravemente o nosso país”, sublinha o futuro Presidente são-tomense.
Carlos Vila Nova também quer olhar de outra forma para a política externa, uma das áreas em que terá uma voz forte.
“Nos últimos anos, ela tem sido tratada de forma atabalhoada e é preciso termos uma estratégia para que as nossas acções junto dos parceiros e amigos estrangeiros resultem em mais valias para os nossos cidadãos”, afirma o Presidente eleito, sublinhando que pretende não defraudar as expectativas depositadas em si durante o mandato de cinco anos que se inicia neste sábado.
Carlos Vila Nova, antigo ministro dos Governos da ADI, que apoiou a sua candidatura, foi o mais votado na primeira volta das Presidenciais a 18 de Julho, entre 19 candidatos, e derrotou Guilherme Posser da Costa, apoiado pela coligação governamental liderada pelo MLSTP/PSD, a 5 de Setembro.
Ele substitui Evaristo Carvalho que não concorreu a um segundo mandato.