O Presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CEN) de São Tomé e Príncipe revelou ter presenciado a venda de representação dos partidos políticos nas mesas das assembleias de voto durante as eleições do passado dia 25.
Sem avançar nomes dos partidos envolvidos, José Carlos Barreiros denunciou essa prática em conferência de imprensa na sexta-feira, 30.
“Eu estava no meu gabinete quando me disseram `Senhor presidente, o partido A vendeu todos os seus lugares no distrito de Cantagalo, para o partido B`. Vocês sabiam disso?”, perguntou Barreiros, acrescentando que“candidaturas que não têm condições de pôr pessoas nas mesas de voto que lhes pertencem vendem os seus lugares nas mesas de voto para outro partido”.
Este “negócio", segundo o juiz Barreiros, é muito grave porque pode acontecer que todos os membros de uma mesa de assembleia de votos sejam afectos a um partido.
“E o quê que pode acontecer nesta Assembleia de voto? Eu não sei", apontou em jeito de pergunta o presidente da CEN.
"No dia das eleições estive num lugar em que na Assembleia de voto, quatro membros da mesa pertenciam a apenas um partido. O quinto membro esteve ausente e já havia uma pessoa daquele mesmo partido para tomar o lugar do membro ausente, e assim completar os cinco membros de uma mesa de votação. Todos afectos a um mesmo partido", revelou Barreiros.
Ele apontou que observadores internacionais “constataram tais situações in loco”, mas não se pronunciaram sobre elas nos seus relatórios.
Não houve reacções dos partidos políticos.
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