O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe pronunciou-se nesta quarta-feira, 28 pela primeira vez desde as eleições de domingo numa mensagem à nação em que exortou à calma, pediu que se respeitem as instituições e advertiu que as forças de segurança poderão intervir em caso de necessidade.
Jorge Bom Jesus revelou que os apuramentos distritais estão em curso e que a Comissão Eleitoral Nacional (CEN) detectou algumas irregularidades, “como urnas violadas, nalguns casos, ausência das actas, noutros casos, discrepâncias entre número de votantes na mesma mesa da assembleia de voto entre autarquias e legislativas, entre outros".
"Por tudo isso, a prudência aconselha-nos a que estes dados sejam verificados e clarificados em instância própria", afirmou o primeiro ministro, quem assegurou também que "a autoridade do Estado não será colocada em causa".
Bom Jesus advertiu, no entanto, que “as forças de segurança poderão intervir em caso de necessidade”, numa referência aos protestos registados na segunda-feira, junto da sede da CEN por militantes da ADI, partido mais votado.
O Chefe do Governo, que reiterou que assumirá todas as suas competências, lembrou que “num Estado de Direito, ninguém está acima da lei e nenhum cidadão ou partido político deve pretender substituir as instituições do Estado”, por isso pediu aos “amantes da paz e os partidos políticos em particular para se manterem calmos e serenos” até a divulgação dos resultados oficiais”.
Agradecimento ao povo e à comunidade internacional
Na declaração feita aos jornalistas sem direito a perguntas, ele agradeceu “o povo de São Tomé e Príncipe pela forma ordeira e pacifica como decorreram estas eleições” e aproveitou “a ocasião para testemunhar consideração e gratidão à comunidade internacional pelo apoio na realização destas eleições bem como a presença massiva dos observadores”.
Dados provisórios da CEN, dão a vitória à ADI, na oposição, com um total de 36.549 votos, seguida do MLSTP/PSD, actualmente no poder, com 25.531 votos.
O movimento Basta, criado há meses, foi o terceiro classificado com 6.874 votos, e o Movimento de Cidadãos Independentes/Partido Socialista (MCI), obteve 5.120 votos.
A taxa de abstenção foi de 34,33%.
Na segunda-feira, 26, ao contrário do que é tradição, o presidente da CEN, José Carlos Barreiros, anunciou os resultados, mas não indicou os mandatos ganhos pelos partidos no Parlamento e remeteu o anúncio para o Tribunal Constitucional.
Mas o presidente da ADI Patrice Trovoada veio a público dizer que o seu partido conquistou a maioria absoluta, ao eleger 29 dos 55 deputados.
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