Nos últimos dois meses, a Polícia Judiciaria registou oito casos de homicídio com recurso a armas branca, o que leva o principal partido da oposição a solicitar encontros com os responsáveis dos órgãos policiais antes de avançar com o pedido de debate parlamentar de urgência sobre a justiça e o aumento da criminalidade.
“Qual a origem de todo este foco de tensão? O que está a acontecer? É o custo de vida? Será que é a droga?”, questões levantadas pelo líder parlamentar do MLSTP-PSD, Danilo Santos, perante a onda crescente de crimes violentos.
“Também estamos muito preocupados e alinhados nesta lógica de auscultar as instituições no sentido de combatermos este aumento de criminalidade”, afirma Elísio Teixeira, secretário-geral do partido no poder, ADI, e presidente da Primeira Comissão Especializada de Assembleia Nacional, encarregue dos assuntos políticos, jurídicos e constitucionais.
Teixeira diz que “é preciso reeducar os adultos e educar os mais novos para que haja paz e harmonia na sociedade”.
Para o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas como o maior fator do aumento da criminalidade violenta, “mas há uma tentativa de aproveitamento político da situação”.
No entanto, o sociólogo Olívio Diogo tem outras explicações para o aumento de crimes violentos em São São Tomé e Príncipe.
“Quando temos uma sociedade em que as expetativas de vida não são atendidas há uma desagregação de valores e o índice de criminalidade aumenta” afirma Diogo, que critica a atuação da polícia.
Na mesma linha, o analista politico Liberato Moniz diz que a onda crescente de crimes violentos está ligada à impunidade e ao caso 25 de novembro de 2022.
Diz que que “quando quatro pessoas são assassinadas de uma forma barbará e não se faz questão de esclarecer o que aconteceu, o país se transforma num antro de coisas que nem dá para imaginar”.
Moniz avança uma solução: "É necessário enquadrar no rigor da lei todo e qualquer criminoso para que sirva de exemplo a toda sociedade".
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