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STP: Crise financeira e económica agudiza-se e previsões não são optimistas


Cidade de São Tomé
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Governo não consegue repôr o nível aceitável de divisas no banco central, desde 2022 e acordo com FMI está estagnado

O Governo são-tomense não consegue repor o nível aceitável de divisas no banco central, desde 2022 e reconhece que a situação ainda é praticamente de rotura total.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou para 2024 um crescimento económico de 2,9 por cento do PIB, mas sindicalistas e economistas afirmam que o país caminha para um beco sem saída.

Há dois anos que o Governo não consegue reunir condições para ter o acordo de facilidade de crédito alargado com o FMI devido à falta de divisas.

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“A situação prevalece, o nível de divisas está muito aquém do desejado. Podemos dizer que estamos em situação de quase rotura total. O abastecimento do mercado não tem sido regular”, afirmou o ministro do Planeamento e Finanças, Genésio da Mata, que continua a olhar para a situação económica e financeira com pouco otimismo.

A inflação, que nesta altura ronda os 18 por cento, pode agravar-se face à rotura constante do stock de mercadorias e as perspetivas de arrecadação de receita não são animadoras.

“Não há importação. Há menos navios a virem para o país e com fraca atividade aduaneira, temos problemas com arrecadação de receitas”, disse o governante.

Piorando a situação, empresas como a ENAPORT, que gere os portos do país, e que deveriam contribuir para o aumento de receitas, estão praticamente falidas, por falta de equipamento e infraestrutura adequada.

“Temos um cais com dois a três metros e isto não permite que muitos navios atraquem no porto. O tempo de descarga de mercadorias é muito demorado e tem custos altos para o consumidor final”, lamentou Hamilton Sousa, diretor geral do único porto de São Tomé.

Com o custo de vida cada vez mais alto, nos últimos dois anos o país não recebeu mais de 70 por cento da ajuda prometida pela comunidade internacional.

Várias áreas do Orçamento Geral do Estado estão sem cobertura financeira e a ameaça de greve nos setores da Administração Pública ganha cada vez mais força.

Esta semana os revendedores de combustíveis fecharam mais de 90 por cento dos postos de venda para exigir o aumento da margem de lucro.

Tomé Vera Cruz, porta-voz do grupo de revendedores de combustíveis, afirma que "os associados estão sufocados". "Tínhamos que tomar esta medida mesmo sabendo que ela vai piorar a situação social e económica do país”, justifica Vera Cruz.

Face à crise sem fim à vista, o secretário geral da União Geral dos Trabalhadores aconselha o Governo a melhorar o relacionamento com os parceiros nacionais e internacionais.

“O Governo deveria ser mais diplomático e dialogante, mas o que sentimos é uma arrogância no relacionamento com os parceiros”, critica Costa Carlos.

Entretanto, o economista Arlindo Pereira diz a que crise económica e financeira é fruto da situação internacional marcada pelos conflitos na Ucrânia e Israel, porque os parceiros têm focado a ajuda nesses países.

No entanto, Pereira defende reformas para dinamizar a economia doméstica. “Temos turismo, agricultura e pesca. É preciso explorar melhor o nosso mar e criar condições para incentivar o turismo nas antigas roças coloniais”, defende.

Na próxima semana, o Governo recebe a missão do FMI que irá fazer a primeira avaliação da situação económica e financeira do arquipélago em 2024.

A assinatura do acordo de facilidade de credito alargado é o foco das autoridades são-tomenses.

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