Mais de uma dezena de elementos da corporação dos bombeiros de São Tomé e Príncipe invadiram na noite de quarta-feira, 3, as instalações do Ministério Público e libertaram à força dois colegas alegadamente envolvidos no homicídio de uma mulher sob acusação de prática de feitiçaria em dezembro.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram várias viaturas da corporação dos bombeiros com as sirenes ativadas, num cenário de combate a incêndios de grandes proporções, em que eles vasculham as instalações do Ministério Público e resgatam os colegas.
Os familiares da vítima, que segundo eles sofria de epilepsia e tinha perturbações mentais, contam que ela foi acusada de prática de feitiçaria e, por isso, foi torturada por um grupo de cidadãos até à morte.
“Partiram-lhe o braço, fizeram-lhe vários cortes nos braços e nas pernas, penduraram-na a um poste amarada com fio elétrico”, contou uma prima da vítima, que exige a intervenção das autoridades.
O Conselho de Ministros reuniu-se de urgência hoje, mas ainda não se pronunciou.
Na semana passada, o Governo “determinou célere investigação e rigorosa atuação judiciária" para apurar os fatos à volta do assassinato da mulher.
Nos últimos anos instituições de acolhimento de pessoas vulneráveis, entre elas a Santa Casa da Misericórdia, têm exigindo às autoridades medidas mais severas contra os cidadãos que maltratam idosos sob acusação de prática de feitiçaria.
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