Jornalistas e técnicos da comunicação social estão a ser alvo de sanções e processos disciplinares por terem participado na greve da Rádio Nacional e Televisão São-tomense, em finais do mês passado, exigindo o pagamento de subsídios.
Tal foi denunciando pelo sindicato da classe, que ameaça apresentar queixa à Organização Nacional dos Trabalhadores de São Tomé e Príncipe, a maior central sindical do país.
Contactados pela VOA, os profissionais sancionados recusaram-se a prestar declarações com receio de mais represálias.
Perante a situação, a presidente do sindicato da classe, Yolanda Graça, reuniu-se com o Secretário de Estado da comunicação social.
Escalas de mulheres grávidas alteradas
“Há Jornalistas que foram suspensos, há Jornalistas que estão proibidos de entrara na Rádio Nacional; mulheres grávidas viram a suas escalas alteradas e agora são obrigadas a fazer turnos de noite. São várias situações que achamos anormais”, disse Yolanda Graça.
Ela sublinhou que não obstante a reclamação do sindicato, o responsável pelo sector da comunicação social São-tomense, Adelino Lucas, ameaçou novas sanções.
“O senhor Secretário de Estado disse-nos que haverá mais sanções, nomeadamente cessação de contratos de trabalho, corte de salários, entre outras,” disse a sindicalista.
Yolanda Graça anunciou, entretanto, que foi entregue mais um pré-aviso de greve ao governo. “Devido ao incumprimento do memorando que visa o aumento dos salários da classe a partir de Maio deste ano".
O Secretário de Estado da Comunicação Social, que já havia considerado de “anárquica” a paralisação feita no mês passado disse, nesta segunda feira (6) que os casos de sanção “são procedimentos normais dos serviços da administração publica”.