Responsáveis de escolas, pais e encarregados de educação alertam para a degradação total da qualidade de ensino em São Tomé e Príncipe.
Cerca de 50 mil alunos, um quarto da população, estão matriculados no pré-escolar ao ensino secundário, enquanto aproximadamente 15 por cento de crianças de famílias pobres, em idade escolar, vão ficar fora das escolas por falta de recursos.
No ano letivo passado, cerca de 60 por cento dos alunos do ensino pré-universitário não transitaram de ano.
O presidente da Fundação Atena, gestora da maior universidade privada do país lamenta a fraca qualidade de alunos que chegam ao ensino universitário.
“Nós temos que perder imenso tempo para ensinar conteúdos que os alunos deveriam aprender no ensino secundário para depois aplicarmos os conteúdos da universidade porque eles chegam sem qualquer base”, afirma Liberato Moniz, quem aponta a fraca qualidade dos professores e a superlotação das salas de aula como os maiores constrangimentos do setor.
"A falta de manuais escolares é outro défice", sublinhada Mikail Barros, presidente da Associação dos Pais e Encarregados de Educação do Liceu Nacional.
Por seu lado, Maria da Graça, diretora da maior escola do pré-universitária do arquipélago, acrescenta que a ausência de segurança e brigas com recurso a armas brancas envolvendo alunos e professores também contribuem para a degradação do ensino”.
São Tomé e Príncipe tem três universidades e cerca de meia dezena de escolas técnicas, mas apenas 30 por cento dos alunos do pré-universitário entram para cursos técnicos ou universitários.
“Depois de terminarem o ensino pré-universitário a maioria fica entregue a sua sorte, por falta de emprego ou bolsa para continuarem os estudos”, assinala Liberato Moniz, cuja universidade que gere vai ter uma redução de cerca de 50 por cento de alunos neste novo ano letivo porque os " jovens estão todos a abandonar o país, mesmo os que já viam frequentando cursos, em busca de outras oportunidades”.
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