A missão de observação eleitoral da União Europeia que acompanhou as últimas eleições em São Tomé e Príncipe recomenda às autoridades a criarem mecanismos para limitar e controlar o financiamento das campanhas e dos partidos por parte de pessoas e empresas estrangeiras.
Esta é uma das 22 recomendações do relatório da missão, que também aponta a necessidade de independência dos órgãos públicos.
A limitação de financiamentos externos é bem vista por analistas políticos que, no entanto, não acreditam na sua implementação.
Na leitura de Óscar Baía, “se os partidos políticos não receberem financiamento das suas parcerias externas não haverá o desenvolvimento da democracia no país”.
Aquele analista político sublinha, entretanto, o desiquilíbrio que esses financiamentos provocam no jogo da democracia.
“É o que verificamos nas campanhas eleitorais, o peso de uns contra a fraqueza de outros”, conclui Baía.
Outro analista, Liberato Moniz, diz que “se o Estado assumisse o financiamento dos partidos políticos teríamos uma situação diferente e aí haveria mais condições para o controlo das despesas de campanhas políticas”.
Outra das 22 recomendações feitas pela missão de observação da União Europeia, a independência política dos órgãos estatais de comunicação social, também deve ficar no papel, na opinião daqueles analistas políticos.
Na sexta-feira, 27, as recomendações do relatório serão tema de debate numa messa redonda com a participação da sociedade civil, representantes de partidos políticos, organizações internacionais e especialistas em matéria eleitoral para discutir eventuais formas da sua implementação.
STP: Analistas políticos "descrentes" com recomendações da UE para futuras eleições no país
Maior controlo do financiamento externo e independência da imprensa pública em causa
São Tomé —
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